O empresário Marco Lagoa, co-fundador e CEO da Witec, defende a ampliação da licença-paternidade para 180 dias. Atualmente, o benefício concedido para os homens dura cinco dias, e para as mulheres, 120.
"Tive a oportunidade de passar 30 dias por ser líder do time e acreditar no time, deixei 30 dias e trabalhei remoto, sei o quanto isso impactou tanto na confiança da minha esposa, de me ter ali do lado, quanto curtir o filho. Cinco dias para um pai é muito pouco", argumentou Lagoa. "Se não for igual, que seja mais parecido", completou.
A declaração de Lagoa foi feita durante a primeira edição do Pai, Summit, evento organizado pela B2Mamy, no último sábado, 5, para discutir parentalidade e carreira. O evento aconteceu em São Paulo, e contou com a presença de pessoas conhecidas na área, como o youtuber Thiago Queiroz, Rafael Stein, o vereador Thammy Miranda e Facundo Guerra, do Grupo Vegas.
A publicitária Mayte Carvalho, especialista em Comunicação, Marketing e Vendas, destacou a importância da ampliação da licença-paternidade.
"Ao fazer isso, institucionaliza e legitima que o dever do cuidado é dos dois. Quando faz isso, você está dizendo: 'O cuidado é seu dever'. E aí você consegue tirar a sobrecarga da mulher e essa visão de que o pai está ajudando. Não está ajudando, porque não está fazendo um favor. Eles estão dividindo a mesma obrigação", argumentou.
Estatuto da parentalidade
A discussão em torno da licença-maternidade e licença-paternidade sustenta o projeto de lei 1974/21, em tramitação na Câmara dos Deputados. Os autores da proposta são os deputados Sâmia Bonfim (Psol-SP) e Glauber Braga (Psol-RJ), que se referem ao assunto como "licença parental".
Segundo a proposta, deverá ser concedida licença remunerada de 180 dias às mães, aos pais e às pessoas com vínculo socioafetivo com a criança. O objetivo é que todos tenham condições de exercer o papel de cuidador, não apenas a mulher, como ocorre atualmente.
O benefício pode ser usufruído a partir do nascimento, da adoção ou do fato gerador do direito à licença parental. O direito é limitado ao máximo de duas pessoas.
A proposta já foi aprovada pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara, e aguarda parecer, em caráter conclusivo, das comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.