Enchentes no Rio Grande do Sul: entenda causas e consequências

Veja o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul e o porquê que elas acontecem

6 mai 2024 - 12h27
(atualizado às 16h10)

As enchentes no Rio Grande do Sul são decorrentes das fortes chuvas que começaram a atingir o estado no dia 29 de abril. Ainda há previsão de que temporais irão ocorrer até o fim desta semana. 

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Foto: Divulgação: Agência Brasil / Fotógrafo: Ricardo Stuckert-PR / Brasil Escola

Conforme o boletim divulgado pelo Governo Estadual, às 9h de hoje, dia 6 de maio, os números das enchentes do Rio Grande do Sul são:

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  • Municípios afetados: 345
  • Pessoas em abrigos: 19.368
  • Desalojados: 121.957
  • Afetados: 850.422
  • Feridos: 276
  • Desaparecidos: 111
  • Óbitos confirmados: 83
  • Óbitos em investigação: 4

Está decretado estado de calamidade para o Rio Grande do Sul, desta forma, o envio de recursos para assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e serviços essenciais é facilitado. 

Consequências das enchentes no Rio Grande do Sul

Inúmeras medidas estão sendo tomadas para mitigar os danos sofridos no estado. São mais de cem mil pessoas que ficaram desalojadas e o número de mortos pode passar de 100 com a busca pelos desaparecidos.

Por isso, estão sendo realizados projetos de resgate de famílias ilhadas, de acolhimento aos desabrigados, buscas por desaparecidos, monitoramento meteorológico e cooperação entre outros estados. 

Inclusive, países vizinhos do Brasil, como o Uruguai, acertaram o envio de ajuda para resgate e busca de desaparecidos. 

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Suspensão das aulas

As aulas no estado ficarão suspensas no estado, até amanhã, dia 7 de maio, quando as atividades retornam nas regiões menos afetadas, que são Uruguaiana (10ª CRE); Osório (11ª); Erechim (15ª); Rio Grande (18ª); Palmeira das Missões (20ª); Três Passos (21ª); São Luiz Gonzaga (32ª); São Borja (35ª) e Ijuí (36ª). Para demais regiões com aulas paralisadas, não há previsão de retorno.

De acordo comum levantamento feito pelo Governo Estadual, 733 escolas, de um total de 2.338, foram afetadas de alguma forma pelas chuvas e quase 300 foram danificadas. Atingindo, dessa fora, 229 municípios e milhares de alunos.

Suspensão do Concurso Nacional Unificado (CNU)

Por conta da situação de risco que a população do Rio Grande do Sul enfrenta, o CNU precisou ser adiado em todo o país. As provas seriam aplicadas neste domingo, dia 5 de maio, agora acontecerá no segundo semestre. 

No Rio Grande do Sul são quase 90 mil inscritos no concurso. O certame abre mais de 6 mil vagas em 21 órgãos públicos diferentes. 

Reconstrução da infraestrutura

O estimado é que cerca de 30% da população riograndense esteja sem água e, aproximadamente, 10% sem energia elétrica. São 110 trechos de estradas obstruídos total ou parcialmente no estado. O governo estadual destinou R$ 117 milhões para reconstrução de rodovias. 

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Os voos para Porto Alegre foram suspensos, nesta sexta-feira (3), as águas do Rio Guaíba chegaram a invadir terminais. A expectativa é que o funcionamento do aeroporto retorne no dia 10 de maio. 

 Os destinos estão sendo alterados para outros aeroportos do estado, a fim de reduzir o nível de cancelamentos. 

Causas das enchentes no Rio Grande do Sul

A situação que vive o Rio Grande do Sul é uma das mais complicadas que foi testemunhada por brasileiros, nos últimos anos. Mas, por que isso está acontecendo agora?

Os meteorologistas explicam que as enchentes no Rio Grande do Sul são consequências do encontro de três fatores, sendo eles:

  1. Presença de uma forte corrente de vento na região
  2. Corrente de umidade vinda da Amazônia
  3. Onde de calor central no país

Os ventos fortes desestabilizam o tempo, a umidade vinda do norte aumenta a intensidade das chuvas e a onda de calor no centro impede que a frente fria avance e se desloque a região sul.

Além disso, o fenômeno do El Niño aquece as águas oceânicas e aumenta a instabilidade. A junção de todos estes fatores é considerada rara, entretanto, com as mudanças climáticas, eventos naturais de alta intensidade irão acontecer com mais frequência.  

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Por Tiago Vechi

Jornalista

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