O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, que o Golpe Militar de 1964 fosse citado como "revolução" em questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), informa reportagem da Folha de S. Paulo nesta sexta-feira, 19.
Ribeiro chegou a comentar o pedido com membros do MEC e também do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão responsável pela elaboração do Enem, mas a ordem - sem amparo histórico - não foi adiante.
Entusiasta da ditadura militar e crítico do Enem, Bolsonaro polemizou ao dizer que o exame estava ficando "com a cara do governo". Segundo a reportagem, situação tem preocupado servidores, que relatam receio com perseguições ou punições se questões da prova desagradarem o chefe do Executivo.
Há pressões também para suprir perguntas que envolvam temas que desagradam o governo, como equidade de gênero, diversidade sexual e até racismo. O processo para formular as questões, no entanto, é burocrático e envolve editais públicos, o que coloca ainda mais pressão em cima dos técnicos do Inep.
O clima piorou ainda mais com a demissão em massa de 37 servidores que entregaram seus cargos alegando "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão".
O primeiro dia do Enem acontece neste domingo, 21. Já o segundo dia da aplicação da prova é no outro domingo, dia 28.