Enem 2023: professores analisam as provas do 1º dia

As primeiras provas do Enem 2023 foram aplicadas ontem (5), veja o que professores têm a dizer

6 nov 2023 - 10h04

O primeiro dia de provas do Enem 2023 aconteceu ontem. Os exames aplicados foram de ciências humanas, linguagens e redação. Totalizando 90 questões objetivas e um texto dissertativo-argumentativo de até 30 linhas.

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Foto: Shutterstock / Brasil Escola

Para ter uma análise completa das provas do Enem conversamos com professores especialistas nas áreas cobradas. Veja o que descobrimos.

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Análise da redação do Enem 2023

O tema da redação do Enem 2023 pegou a maioria das pessoas de surpresa e foi muito elogiado pelos professores da área. Foi necessário desenvolver um texto dissertativo-argumentativo sobre: Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil.

Apesar dos elogios relacionados ao tema, houve críticas à forma como ele foi apresentado, pois, segundo professores, poderia ser escrito de forma mais compreensível para os participantes do Enem.

A professora da plataforma Amplia, Nicole Stallivieri, informou que por o tema apresentar a palavra "Desafio" é interessante o aluno apresentar causa e consequências para o tema. Ela também disse que a escolha segue a lógica dos anos anteriores por levar em consideração questões sociais e históricas.

A educadora afirma que é importante refletir o papel da mulher da sociedade e também é essencial a análise dos textos motivadores para trabalhar bons argumentos. Ela ressaltou que boas propostas de intervenção podem trabalhar o reconhecimento da mulher, políticas públicas de educação voltadas para gênero e cuidado.

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Análise da prova de humanas do Enem 2023

Análise da prova de história do Enem 2023

Sobre a prova de história, o professor do Poliedro, Tiago Salgado, destacou a exigência da capacidade de interpretação dos participantes. Ele disse que a característica de cobrar temas importantes e tradicionais como povos indígenas, realidade das mulheres e escravidão se manteve nesta edição do exame.

Segundo o professor, a novidade deste ano foram as 2 questões sobre ditadura, uma tratando da Liga Camponesa e outra do caso do Vladimir Herzog. O educador ainda concluiu afirmando que a prova teve uma dificuldade média e que se o aluno tivesse treinado a interpretação iria ir bem na prova.

Análise da prova de geografia do Enem 2023

Agora, sobre o exame de geografia, o professor do Poliedro, Paulo Ricardo, ressaltou a quantidade de questões da sua matéria presente na prova. Segundo ele, havia 16 questões e dessas, apenas 1 ou 2 podem ser consideradas mais complexas.

O educador afirmou que as questões que eram de geografia pura podiam ser resolvidas a partir da interpretação de texto, apenas algumas exigiam conhecimentos de conceitos específicos. Dessa forma, o Enem manteve as questões tradicionais e cobrou a aplicação prática dos conteúdos.

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O professor cita a questão sobre aquecimento global que veio relacionada a emissão de carbono, a pergunta sobre a taxa de fecundidade e outra sobre a cordilheira do himalaia para exemplificar a sua análise. 

Análise das provas de sociologia e filosofia do Enem 2023 

A professora do Poliedro, Natasha Hennemann, afirmou que as questões de filosofia e sociologia ocuparam um terço da prova de humanidades. Ela disse que a prova de sociologia seguiu o padrão dos anos anteriores e apresentou problemas interpretativos para os participantes. 

Segundo a educadora, apareceram autores como Adorno, Horkheimer, Foucault e Paulo Freire. Mas, apesar de cobrar autores, as questões foram mais voltadas para a plicação dos conceitos em textos apresentados ao logo da prova. 

Natasha também destacou a atualidade de alguns temas trabalhados nas provas, como Inteligência Artificial, as juízas afegãs, a torcida do fluminense, questões essas que exigiram a aplicação de conceitos antigos nos tempos de hoje. Por fim, a professora comentou sobre os itens que abordavam a questão do gênero, como as perguntas sobre Maria da Penha e sobre Carolina Maria de Jesus.

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Análise da prova de Linguagens do Enem 2023

A análise da prova de língua portuguesa do Enem 2023

O professor do Poliedro, Guilherme Reis, disse que a prova deste ano foi mais bem feita que as edições anteriores, pois os comandos estavam mais objetivos. Guilherme afirmou que em relação aos temas cobrados a prova não variou muito, manteve a característica de cobrar muita interpretação textual. 

Entretanto, o educador, comentou sobre a diminuição das questões que avaliam as linguagens verbais e não-verbais, como itens que cobram a interpretação de cartazes e campanha publicitárias. Ele disse que esse fator pode ter aumentado o tempo de resolução da prova, pois as questões de linguagem não-verbal são, geralmente, respondidas de forma rápida.  

Ainda sobre a prova de português, a professora do Poliedro, Vívian Ulhoa, afirmou que o nível de leitura e interpretação exigido no Enem não é fácil de lidar e que este exame exigiu muita atenção nas alternativas, pois, algumas questões apresentaram opções respostas muito parecidas.

Ela ainda destacou sobre a questão que trabalhou a variação linguística na Linguagem Brasileia de Sinais (LIBRAS) e a pergunta que analisou a função dos museus em preservar a cultural oral. Ela elogiou a prova no sentido de os alunos poderem aprender enquanto realizam o exame, pois são apresentados conceitos novos de forma compreensível aos estudantes.

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Análise das provas de língua estrangeira do Enem 2023

Na análise da prova de inglês, o professor Patrick Quadros afirmou que o exame continuou com as características dos anos anteriores e abordou assunto importantes como o cuidado com o outro, a dislexia e o desperdício. O educador disse que havia questões que exigiam tradução de vocabulário e outras que podiam ser resolvidas com conhecimentos básicos da língua.

Já sobre as questões de espanhol, o professor Gilmar Peruano destacou a importância que a língua espanhola tem ganhado e também disse que a prova está acompanhando a dificuldade dos anos anteriores. Ele evidenciou a questão que apresentou uma música da banda cubana, Orishas, e que debatia o racismo e a xenofobia, ao mesmo tempo que exigia uma capacidade de tradução do candidato.

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