O estudante Thierry Muniz Soares, de 17 anos, que não conseguiu fazer a prova do primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 após ter a mochila, com o documento de identidade, roubada por torcedores do Flamengo nas proximidades do Maracanã, no Rio de Janeiro, foi fazer a segunda prova, neste domingo, 10.
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O pai do jovem, Luiz Pierre Soares, contou ao O Globo que, desta vez, eles preferiram não usar nenhuma roupa ou acessório de time e fizeram um outro trajeto.
"Ele estava ansioso. Fiz tudo diferente para tentar desanuviar a cabeça dele. Mesmo com o tempo feio, o levei de moto e fiz outro caminho. Hoje não foi com nada de time para evitar qualquer coisa", disse Luiz.
Relembre o caso
Thierry usava uma mochila com o escudo do Fluminense quando foi roubado por flamenguistas na Rua General Canabarro, no caminho para a prova do Enem, no último domingo, 3. Na bolsa, estava o documento de identidade, obrigatório para fazer a prova.
Ao saber do ocorrido, Luiz ainda levou uma cópia autenticada da identidade do filho no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet), onde ele faria a prova, mas não deixaram o jovem entrar.
"Chegamos à escola e ele explicou o ocorrido. O rapaz disse que não podia fazer prova sem o documento. Ele me liga, eu estava na rua e ainda voltei correndo. Cheguei na porta da escola às 12h50, levando a cópia autenticada, já que roubaram a original. O rapaz da coordenação olhou e falou que não podia porque era uma cópia autenticada", disse o pai ao Bom Dia Rio, da TV Globo.
Depois, em um vídeo que circulou nas redes sociais e já não está mais no ar, os flamenguistas filmam enquanto ateiam fogo na mochila e dizem: "Aqui é Flamengo, rapa".
Thierry tentará fazer a reaplicação do Enem, que acontece nos dias 10 e 11 de dezembro. A reaplicação do exame pode ser solicitada pelos candidatos que foram infectados por doenças ou tiveram problemas logísticos. Os pedidos são analisados individualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova.
Ao Terra, a Polícia Militar informou que o comando do 6º BPM (Tijuca), responsável pelo policiamento no bairro do Maracanã, foi comunicado do fato e já iniciou a apuração das informações junto às equipes que atuaram na região.
A Polícia Civil disse que o caso foi registrado na 18ª DP (Praça da Bandeira). "A vítima foi ouvida na unidade e diligências estão em andamento para apurar a autoria do crime", informou.