O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser um desafio para muitos candidatos, e às vezes, o resultado não é exatamente o que esperávamos. Mas, calma, ainda há esperança! Especialistas são unânimes sobre o segundo dia do exame ser crucial para que a nota possa ser recuperada.
- Confira a correção comentada e o gabarito extraoficial do 1º dia de provas
A segunda fase do Enem acontece neste domingo, 12. Nesta etapa, os candidatos precisam responder 45 questões de múltipla-escolha de Matemática e suas Tecnologias e outras 45 perguntas --também de múltipla-escolha-- de Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Biologia, Física e Química).
Sandro Vimer Valentini Junior é coordenador pedagógico do Poliedro Curso de Campinas, e explica como é possível virar o jogo e garantir uma boa nota mesmo após um início difícil no Enem. "O número de acertos e erros não reflete necessariamente a nota do aluno na prova”, diz o coordenador.
Isso porque, como ele explica, o Enem utiliza a Teoria de Resposta ao Item (TRI), que considera não apenas o número absoluto de acertos e erros, mas também a dificuldade das questões. Portanto, o resultado do primeiro dia não define sua nota final, que dependerá do desempenho geral.
O Enem é composto por cinco provas, sendo três no primeiro dia (redação, linguagens e ciências humanas) e duas no segundo dia (matemática e ciências da natureza). Se o primeiro dia não foi como esperado, é possível compensar com um bom desempenho nas demais provas, segundo Sandro.
"É comum que na prova de Linguagens --que acontece no primeiro dia-- as notas não fiquem tão elevadas. Mas, na prova de Matemática, no segundo dia, os candidatos conseguem alcançar de 800 a 900 pontos", pontua o coordenador.
A complexidade da TRI
Não é possível determinar se o candidato foi bem ou mal apenas pelas respostas, pois a TRI complica essa análise, segundo o especialista. Diferentemente de alguns processos seletivos que consideram a quantidade bruta de acertos, o Enem usa critérios mais elaborados.
O peso das questões varia de acordo com o desempenho geral dos candidatos, e cada instituição define seus próprios critérios na hora de atribuir pesos específicos para cada prova. "Existem alguns processos seletivos, como a Unifesp aqui em São Paulo, que utiliza a quantidade bruta de acertos do Enem no processo, na composição da nota do aluno”, diz Sandro Vimer Valentini Junior.
“Nesses casos em específico, sim, a nota bruta, o total de acertos e de erros, é um indicador importante. Do contrário, pensando em Sisu, que é onde a gente tem mais uso da nota do Enem, aí a quantidade de acertos bruto acaba não sendo tão decisiva e não é fácil também saber a nota a partir desse parâmetro”, complementa.
Como superar o psicológico abalado?
É normal que o psicológico do candidato fique abalado após um desempenho pior do que o esperado na primeira fase do Enem. Para enfrentar a segunda etapa da prova com mais tranquilidade, é crucial lembrar que o Enem é feito em dois dias, e um desempenho menos satisfatório no primeiro não determina o resultado final.
Descansar, confiar no processo de preparação e trabalhar o lado psicológico são dicas valiosas. "Confia no que aconteceu, no processo que foi feito ao longo do ano de preparação, se tranquiliza no sentido de não estar perdido o jogo, a prova não está perdida, existe esse segundo dia, que é importante também na composição da nota e trabalhar com o psicológico, que é a parte mais difícil", recomenda Sandro.
Apesar do desgaste emocional, é recomendado que o candidato mantenha o ritmo de estudos no intervalo entre a primeira e a segunda prova. Preservar o sábado como um dia de descanso e o domingo de manhã também é essencial, mas estudar até a sexta-feira pode contribuir para a sensação de dever cumprido.
"É importante que o aluno mantenha o ritmo de estudos, se é alguém que faz só a prova do Enem, então a gente está pensando numa tarefa, num processo que se encerra no domingo. Aí a pessoa está mais tranquila, vai estudar nos próximos dias dessa semana para chegar na prova com uma sensação, uma ideia, uma crença de que fez a sua parte", conclui.