Contribuir para que estudantes de baixa renda se preparem melhor para prestar vestibular e acessar o ensino superior é a motivação que une um grupo de jovens moradores do município de Caieiras, localizado na região metropolitana de São Paulo.
A ideia surgiu de dois amigos, que sentiam falta de um curso do tipo e percebiam a dificuldade que estudantes da escolas estaduais tinham para conseguir uma vaga em universidades públicas.
"Nos juntamos para fazer esse projeto acontecer e tivemos a sorte de ter amigos que tinham interesse e acreditaram na ideia", relatou o professor de Física Rodrigo dos Anjos Silva, um dos fundadores da iniciativa.
O curso, que tem foco na preparação dos estudantes para enfrentar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), possui sete professores voluntários, que ministram aulas de Física, Química, Redação, Geografia, Biologia, Português e Matemática. A equipe ainda conta com uma psicóloga, Mayara Casarotto.
As aulas do cursinho são realizadas aos sábados, das 9h às 15h30, em um centro esportivo da região central de Caieiras, que fica a apenas 35 quilômetros da capital paulista. A ideia era iniciar as aulas em 2020, mas o projeto teve de ser adiado para o ano seguinte por causa da pandemia.
"Sentimos que estamos contribuindo de forma ativa e positiva para que os alunos de áreas periféricas tenham certa bagagem para o vestibular e futuro acesso ao ensino superior, além de haver trocas ricas que materializam ideias na relação aluno-professor", afirmou a psicóloga Mayara.
Outras boas histórias
De início, o cursinho recebeu 70 inscrições de alunos do terceiro ano de escolas públicas da cidade, mas, após algum tempo, o número de estudantes se estabilizou em 30 participantes. "Muitos passaram a trabalhar, fazer cursos de sábado, alguns achavam um pouco distante, outros por questões financeiras", justificou.
Futuro
A psicóloga afirmou que o próximo passo agora é conquistar uma estrutura mais adequada para as aulas, visto que atualmente o cursinho divide a estrutura de um ginásio de esportes - e o excesso de barulho é um problema.
"Nosso sonho é que o cursinho se transforme em algo orgânico, presente e conhecido na região, para que mais alunos periféricos possam tomar conhecimento dele, participando e atuando ativamente", disse Mayara. "Queremos que os alunos tenham autonomia dentro do nosso projeto e que um dia ele seja independente de nós", completou a psicóloga.
Para planos a longo prazo, o professor Rodrigo Silva disse que o foco é na continuidade do cursinho. "Que ele ajude os alunos de escolas públicas de Caieiras a sonhar com as universidades públicas, e dê uma oportunidade de qualidade e acessível para todos", afirmou.