No último fim de semana, foi realizada a segunda parte do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) concluindo, desta forma, a aplicação da prova. A parte mais difícil já passou e, agora, a missão é aguardar pelas notas.
A espera não é fácil, afinal, todos querem saber se a dedicação ao longo de todo o ano será recompensada. O jeito, então, é correr para o gabarito, assim que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) libera a versão oficial. O gabarito do Enem 2023 foi publicado nesta terça, 14.
Contudo, apenas o gabarito não é o suficiente para saber como foi seu desempenho no Enem. O motivo disso é o método de correção utilizado pelo Inep, a Teoria de Resposta ao Item (TRI).
O que é a Teoria de Resposta ao Item (TRI)?
De acordo com o Inep, a TRI é um conjunto de modelos matemáticos que busca representar a relação entre a probabilidade de o participante responder corretamente a uma questão, seu conhecimento na área em que está sendo avaliado e as características dos itens. Com o método, cada questão poderá ter um peso diferente, considerando as outras questões que o candidato acertou ou errou.
Dessa forma, a soma dos pontos referentes às questões respondidas corretamente não corresponderá exatamente à nota final do estudante. Por exemplo, dois candidatos com a mesma quantidade de acertos na prova são avaliados de maneira distintas, porque também são levados em conta os itens errados.
A ideia, no geral, é não recompensar aqueles que "chutaram" as respostas e premiar aqueles que realmente se preparam para o exame. Mas não é por isso que quem "chutou" a questão terá sua resposta anulada.
"A partir de pré-testagens nacionais e de aplicações iniciais do Enem, o Inep obteve os valores dos parâmetros de milhares de questões que compõem o banco de itens para cada uma das quatros áreas. E, com base nas informações obtidas, as questões são posicionadas em uma espécie de régua com interpretação pedagógica", afirma o órgão.
Por que o Inep adotou a TRI?
O Inep argumenta que o método possui várias vantagens. Sendo elas:
- Possibilita a possibilidade de comparação entre candidatos de edições anteriores;
- Detecta os "chutes" e premia aqueles que se prepararam para a prova;
- As notas não serão as mesmas, por se dividirem em duas casas decimais.
Como fica a pontuação da redação
Diferentemente das provas objetivas, a nota da redação do Enem 2023 é atribuída em uma escala que varia entre 0 e 1000 pontos. De acordo com o Inep, ela é avaliada por pelo menos dois corretores graduados em Letras ou Linguística, que deverão atribuir uma nota de 0 a 200 pontos para cada uma das seguintes competências:
- Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa;
- Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa;
- Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista;
- Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação;
- Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
A nota total de cada corretor corresponde à soma das notas atribuídas a cada uma das competências.