O estudante Matheus Alencar de Moraes, de 16 anos, conquistou medalha de ouro na 64ª edição da Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), que aconteceu entre os dias 2 e 13 de julho em Chiba, no Japão. Ao Terra, ele afirma que se dedicou bastante para realização do sonho, que tem desde 2019.
Aluno do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Farias Brito, o cearense é o único brasileiro medalhista de ouro na disputa. Junto com Matheus, também conquistaram medalhas de prata e bronze outros dois alunos do colégio em que estuda.
Os estudantes integraram a equipe brasileira com mais três alunos, de Goiânia e São Paulo. Todos foram selecionados para representar o país após serem premiados no Nível 3 da 44ª Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM).
"Eu nem sempre realmente gostei de matemática, mas sempre tive facilidade com a matéria. Mas, no começo, eu não gostava tanto, porque eu achava que era um ensino muito robótico para estudar. Geralmente, as pessoas levam a matemática muito como fazer conta e não como ter ideias diferentes, raciocínio lógico. Então, quando eu pensava que era só fazer conta, não gostava muito", contou.
Matheus também relata que se dedicou desde 2019 para alcançar esse ouro. Ele conta que naquele ano um amigo explicou para ele como funcionava a olímpiada mundial e, desde então, ele se interessou em participar.
"De lá para cá eu tinha esse sonho de ser ouro na olímpiada internacional. Eu resolvi estudar para as olimpíadas porque achei que era um jeito diferente de pensar, não só sobre matemática, mas sobre o mundo inteiro. É um conteúdo muito divertido, diferente do que a gente aprende na escola, e foi muito legal", afirmou.
O adolescente também afirma que estuda bastante, principalmente matemática, mas confessa que, geralmente, quando estuda conteúdos novos e lê sobre teorias é um pouco mais difícil se sentir motivado. "Mas, eu me esforço e tento passar por esses maus bocados para conseguir chegar na parte que acho mais legal, que é resolver problemas".
Ele também destaca a importância de ter uma rotina equilibrada entre estudo e descanso. Segundo o estudante, foi muito importante durante seu aprendizado reconhecer quando estava cansado e precisava ter um tempo de lazer. "É muito importante respeitar seus limites. Geralmente, eu estudo o quanto eu quero, o que em alguns dias pode ser 10, 12 horas de estudo, e em outro dia 1h30, e depois voltar para casa pra jogar videogame", afirma.
Sobre o sentimento após a conquistada medalha de ouro, o jovem afirma que está feliz por poder inspirar outros alunos. "O sentimento de ser ouro é muito bom, mas acho que o que realmente me faz sentir bem é ver que estou sendo inspiração para outras pessoas que estão começando agora. E acho muito importante termos uma inspiração, eu mesmo tive o Pedro Gomes, que foi ouro na internacional também. E é muito bom a gente pensar que podemos chegar lá, vermos pessoas que é gente como é gente, para evoluir e ser ouro", destacou.
Nas redes sociais, a mãe do estudante também comemorou a conquista do filho. "Ele sempre foi uma criança esperta, perspicaz e cheia de ideias. Aos 2, já falava bem. Aos 4, entendia inglês. E, aos 7, começou a ganhar medalhas. [...] Quando tinha 11 anos, ele bateu o pé e disse que queria muito ir para a IMO botar medo em chinês", escreveu ela.
O cearense também já conquistou o "ouro perfeito" na Cone Sul em 2022. Além de ter participado de outras duas olimpíadas internacionais, como a Rioplatense de 2019 e a Cone Sul de 2021.
Sobre o futuro, Matheus diz: "Eu definitivamente pretendo seguir em alguma carreira de exatas que me permita resolucionar problemas. É um ramo que existe, as pessoas chamam de problem solving. Quero fazer coisas que as pessoas ainda não fizeram".