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Escola cria plataforma de crowdfunding para "doar tempo"

Instituição gaúcha da rede privada cria projeto para organizar trabalho voluntário

1 jul 2014 - 12h59
Lançado no começo de junho, o Social Funding se define como uma plataforma colaborativa de doação de tempo
Lançado no começo de junho, o Social Funding se define como uma plataforma colaborativa de doação de tempo
Foto: Divulgação

Adolescentes de 12 e 13 anos vestidos de idosos. Idosos vestidos como adolescentes. Este era o cenário da Sociedade Porto Alegrense de Auxílio aos Necessitados (Spaan) durante o “Show de Talentos no Asilo”, realizado na festa junina da instituição. O evento foi organizado em parceria do Colégio Farroupilha e o coletivo Smile Flame. A festa reuniu 40 moradores da instituição e contou com a participação de mais de 60 voluntários. O encontro só foi possível por meio do projeto Social Funding, desenvolvido pela escola particular.

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Lançado no começo de junho, o Social Funding se define como “uma plataforma colaborativa de doação de tempo”. A diretora pedagógica do colégio, Marícia Ferri, explica que ideia é inspirada no crowdfunding (financiamento coletivo), mas com o objetivo de organizar as pessoas que buscam trabalhos voluntários. “A gente percebeu um aumento na vontade das pessoas de fazerem trabalhos voluntários. Mas muitas não sabem como”.

O projeto busca pessoas que queiram doar o seu tempo para participar de ações sociais, comunitárias e ambientais. O funcionamento é simples: o site divulga os projetos com data e número de participantes necessários; os interessados clicam em “doar meu tempo” e se inscrevem para participar do trabalho escolhido. O Social Funding é aberto a empresas, ONGs e grupos que queiram divulgar atividades e buscar voluntários.

A visita à Spaan foi um projeto dos alunos de 7ª e 8ª séries da escola e construído com o auxílio do coletivo Smile Flame. Um dos organizadores do grupo, Gabriel Baron Bastos, conta que a ideia foi escolhida em uma oficina oferecida aos estudantes. "Perguntamos 'quem tá na roubada? Quem precisa de atenção?'" Surgiram propostas para auxiliar muitas instituições, de todos os tipos. A vencedora foi a da estudante da 8ª série Gabrielle Viola, de 13 anos. “Sempre fui incentivada pelos meus avós a fazer trabalhos voluntários. Foi pensando neles que tive a ideia.”

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Irizolde Matte, 75 anos, faz parte do grupo de dança da Spaan. Ela conta como se preparou para a festa. “Coloquei uma saia comprida, uma blusa branca, um chapéu verde e fui pra festa dançar quadrilha.” Assistente social da instituição, Maria do Carmo Pagano Soares entende que atividades assim fazem bem a todos os participantes. “Os jovens conseguem se ver no futuro. E os idosos recebem uma carga positiva, um carinho como se estivessem com seus netos.”

Além dos estudantes, o evento contou com o apoio de voluntários reunidos pelo Social Funding. Lúcia Obert viu o anúncio da atividade em uma rede social e avisou a filha, a estudante de Publicidade e Propaganda Juliana Obert. As duas acessaram a plataforma e se inscreveram para participar. Uma semana depois, elas receberam uma ligação da escola dando informações sobre a ação. Lúcia já decidiu, quer participar de forma ativa dos próximos projetos.

O projeto busca pessoas que queiram doar o seu tempo para participar de ações sociais, comunitárias e ambientais. O funcionamento é simples: o site divulga os projetos com data e número de participantes necessários; os interessados clicam em doar meu tempo e se inscrevem para participar do trabalho escolhido
Foto: Divulgação

Da escola pra vida

O Social Funding é parte do movimento #daescolapravida, criado em 2012 pela escola para colocar os alunos em contato com os problemas sociais. O movimento conta com o apoio de diversos coletivos na criação de ações para melhorar a vida nas cidades. Um exemplo dessas atividades foi a oficina realizada em abril pelo projeto Curativos Urbanos, de São Paulo. O grupo paulista ajudou as crianças da 4ª série do colégio em Porto Alegre a construir curativos de EVA e colocá-los em buracos, falhas e desníveis pelas ruas da capital gaúcha.

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Outra parte importante do movimento é o grupo de voluntários, formado por estudantes do ensino médio. A coordenadora do grupo, professora Maria Aparecida de Almeida, defende que promover este tipo de iniciativa é papel do colégio. “A escola tem que estar preocupada com uma formação humana, inserir os jovens no meio social. O jovem tem que perceber o outro, o diferente, aquele que também não tem as mesmas condições que ele.” A estudante Fernanda Rubbo Kalil, de 16 anos, já aprendeu: “Atividades assim ajudam a formar o caráter.

Fonte: Terra
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