Uma escola particular de São Paulo adotou o uso de pochetes para trancar o celular dos alunos durante as aulas. O aparelho, que ficará na bolsinha com fechamento magnético, será liberado somente por um professor ou funcionário da instituição ao final da aula, perto do horário de ir embora.
A medida foi implementada pela Escola Alef Peretz, localizada no Jardim Paulistano, e passará a funcionar nesta semana. Ela é inspirada em países como França, Itália, Finlândia e Holanda, onde o uso do celular é proibido nas escolas.
Conforme informado ao Terra, o sistema foi desenvolvido pela empresa americana Yondr em 2014, e funcionará como aquelas etiquetas antifurto, utilizadas em lojas de roupas. Nos comércios, o dispositivo é retirado por trabalhadores do local somente no balcão, logo após a compra. Na escola, o manejo é semelhante: o aluno tranca seu celular no início da aula, e somente funcionários da unidade é que poderão destrancá-lo com equipamentos desmagnetizadores.
Em dias de período integral, os estudantes poderão acessar seus telefones durante o intervalo do almoço. O dispositivo, criado para lidar com o uso excessivo de celulares, já é usado em mais de 1.500 escolas nos Estados Unidos e Europa, e 1 milhão de estudantes.
A medida foi aplicada devido ao aumento da exposição das crianças e adolescentes às telas e, em particular, às redes sociais e streamings. A implementação do dispositivo vai de encontro ao movimento de ajudar no foco e atenção dos estudantes dentro da escola, bem como, enriquecer o desenvolvimento social, tornando o ambiente mais saudável e equilibrado.
Além disso, a escola também intensificou o volume de leitura dos alunos, um contraponto à restrição das redes sociais. Enquanto os algoritmos reforçam o interesse por um mesmo tema, restringem o debate e a opinião de ideias e intensificam o imediatismo, o incentivo à literatura amplia esse espaço.