SÃO PAULO - O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é bem diferente de um vestibular tradicional. A começar pelo próprio caderno de prova, que chama o candidato de cidadão, até a preparação, que inclui, entre outras coisas, desenvolver o senso crítico dos alunos que prestam o exame.
Pensando nisso, o Telecine fez uma parceria com professores em alta na internet para explicar temas recorrentes nas provas. O projeto Filmes que valem por uma aula convidou educadores para utilizar películas já conhecidas do público para inserir conhecimento.
Uma dos docentes convidados pelo canal foi Carol Mendonça, professora de Português e Redação no site Português para Desesperados, que oferece videoaulas sobre as matérias. Ela escolheu o premiado filme Que horas ela volta?, de Anna Muylaert, em que Regina Casé vive uma empregada doméstica.
"Uma das competências pedidas na prova é que o aluno entenda o mundo que faz parte. O candidato precisa estar adaptado a todas as modalidades de texto, como filmes e músicas, além de literatura", afirma Carol. "Utilizar filmes é um jeito dinâmico e divertido de passar conhecimento. É mais fácil lembrar de uma cena conhecida que de várias aulas."
A ideia, que visa realizar desejos dos seguidores do canal nas redes sociais, atende a uma estratégia de auxiliar o público em suas demandas. Como o Enem é considerado um marco no mês de novembro e a internet é foco de grande investimento do Telecine - com o Telecine Play, plataforma online de streaming -, o momento é oportuno para ajudar os jovens na preparação para o vestibular.
"Procuramos pessoas que falasse bem com jovens. Para nós, um filme é uma oportunidade de relaxar, mas também de compreender e refletir sobre o mundo que vivemos", destaca a professora. "O cinema é conteúdo de qualidade e queremos passar isso para o nosso público jovem."
Modernização
Uma das maiores plataformas de estudo do Brasil na internet, o Descomplica também se utiliza de filmes, séries e músicas para auxiliar seus alunos. Diogo Mendes, professor de Literatura do curso pré-vestibular online, vê o Enem como um exame que pede esse tipo de modernização, ensinando a partir de coisas já próximas do cotidiano dos estudantes.
"É uma coisa que contribui para o aluno se sensibilizar mais com o conteúdo. O hipertexto, como chamamos esse link entre a sala de aula e o externo, torna o acesso mais rápido para os estudantes, reforçando o caráter 'mutante' da educação'", afirma o professor. "As referências podem ser usadas não só no Enem mas em toda a vida estudantil."
Mendes sempre teve o costume de sugerir conteúdo artístico aos seus alunos. A popularização de plataformas de streaming, para o professor, amplia os elementos de descoberta de novos conhecimentos.
Ele sugeriu ao Estado filmes como os documentários Língua, disponível no YouTube, e Saving Banksy, no Netflix, além de séries como Seguindo os Fatos e Explicando. "Nessa reta final, pode funcionar como uma oportunidade de compreensão mais leve e tranquila", salienta.
Outro pré-vestibular online, o Stoodi costuma fazer listas para seus alunos agregarem conhecimento por filmes, divididos por matérias, em seu canal no YouTube.
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