Um protesto de funcionários e professores da Universidade de São Paulo (USP) bloqueou os portões da Cidade Universitária na manhã desta quinta-feira. O grupo, formado por funcionários em greve, fechou as entradas permitindo o acesso apenas pelo portão do Hospital Universitário. Por volta do meio-dia, o grupo mantinha fechado apenas o portão 3, que dá na avenida Coliseu.
Após esse horário, os manifestantes deixaram o local e iniciaram uma caminhada pelas avenidas Corifeu de Azevedo Marques e Escola Politécnica. Por volta das 13h30, a avenida foi liberada para a passagem de carros.
Em greve há dois meses, a categoria reivindica aumento salarial de 9,7%. Com os bloqueios, os manifestantes que contam com o apoio dos estudantes tentam impedir a entrada de pedestres e de carros. Segundo informou a Polícia Militar, os atos ocorrem de forma pacífica.
"A greve deve crescer porque o governo cortou os salários indiscriminadamente”, justificou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp), Magno de Carvalho, referindo-se ao critério adotado para o corte dos dias não tabalhados.
Na última quinta-feira, a Justiça de São Paulo determinou a reintegração de posse dos prédios ocupados por funcionários em greve da instituição. Em decisão liminar, a Justiça proibiu também que os trabalhadores façam piquetes em imóveis da universidade.
Na liminar, o juiz Kenichi Koyama afirma que a decisão não proíbe a realização da greve. "Nem mesmo o direito de greve dá aos grevistas o direito de se apossar dos prédios públicos", decidiu o juiz. A USP alega que os grevistas vêm bloqueando o acesso aos prédios por meio de piquetes.
Professores e funcionários da USP estão em greve desde o dia 27 de maio, depois que a reitoria congelou a discussão sobre reajuste de salários.