A Secretaria de Estado da Educação afirmou, por meio de nota, que afastou os responsáveis pelos "graves erros" nos materiais digitais produzidos pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). O material foi enviado para as mais de 5,3 mil escolas do Estado.
A pasta afirmou que a coordenadoria pedagógica vai reforçar a equipe de revisão para que haja aprimoramentos constantes nos recursos didáticos. Além disso, a Secretaria de Educação informou que os conteúdos foram retificados e atualizados.
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De acordo com apuração do UOL, o material enviado para uso nas escolas estaduais apresenta erros graves de informação nas disciplinas de história e biologia. Por exemplo, o material afirma que foi Dom Pedro II, e não sua filha, a Princesa Isabel, que assinou a Lei Áurea em 1888. O decreto colocou fim à escravidão de pessoas africanas no Brasil. Ainda segundo a reportagem, os diretores orientam os professores a "pular" essa parte da aula, direcionada para os alunos do 8º ano do ensino fundamental.
Já outro material produzido pela secretaria comandada por Renator Feder afirma que a cidade de São Paulo tem praias. O erro está em uma aula, destinada a estudantes do 9º ano do ensino fundamental, sobre a rápida passagem de Jânio Quadros pela Presidência da República.
"A proibição do uso de biquínis foi adotada por Jânio Quadros em 1961, quando ele era prefeito de São Paulo. Ele emitiu um decreto vetando o uso de biquínis nas praias da cidade", diz o texto.
Na área da biologia, um material digital para o 7º ano do ensino fundamental afirma que a água pode transmitir Parkinson, Alzheimer e depressão, caso esteja contaminada por mercúrio, agrotóxicos, remédios e produtos químicos em geral.
Em abril, quando o material digital foi lançado, 1,4 mil aulas estavam disponíveis no sistema como forma de complemento à rotina escolar. Hoje, são mais de 6 mil aulas prontas.
O secretário Renato Feder anunciou em agosto que o governo iria usar os slides como conteúdo único de formação, abrindo mão de aproximadamente 10 milhões de livros fornecidos pelo Ministério da Educação. A medida gerou uma repercussão negativa, o que fez a gestão Tarcísio recuar da decisão. Antes disso, no entanto, o governador chegou a afirmar que o material digital foi criado para "aprofundar o conteúdo".
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