Não foi nada auspiciosa a estreia de Joseph Goebbels como Ministro do Esclarecimento, da Cultura e da Propaganda da Alemanha nazista. Na verdade, o seu projeto de organizar uma impressionante Queima de Livros (Buchferbrenen) em todas as cidades alemãs marcada para as primeiras noites de maio de 1933, escandalizou o Mundo, E logo onde, na Alemanha de Gutenberg, o patriarca do livro impresso, o primeiro editor da Bíblia!. As bases radicais do partido, todavia. exultaram. Entenderam como uma ação de vingança contra o Incêndio Reich (Reichstagsbrand), ocorrida em 27 de fevereiro de 1933. pelo piromaníaco comunista Van der Lube. Para os nazis o incêndio do Parlamento alemão era um ato de guerra das forças comunistas ou não-alemãs (undeutsch) contra Hitler, que recém tomara o poder. A presença da juventude universitária e o mutismo da gente culta alemã durante a invasão das bibliotecas e nas cerimônias coletivas que se seguiram, serviu como álibi inocentando o regime.
Não foi nada auspiciosa a estreia de Joseph Goebbels como Ministro do Esclarecimento, da Cultura e da Propaganda da Alemanha nazista. Na verdade, o seu projeto de organizar uma impressionante Queima de Livros (Buchferbrenen) em todas as cidades alemãs marcada para as primeiras noites de maio de 1933, escandalizou o Mundo, E logo onde, na Alemanha de Gutenberg, o patriarca do livro impresso, o primeiro editor da Bíblia!. As bases radicais do partido, todavia. exultaram. Entenderam como uma ação de vingança contra o Incêndio Reich (Reichstagsbrand), ocorrida em 27 de fevereiro de 1933. pelo piromaníaco comunista Van der Lube. Para os nazis o incêndio do Parlamento alemão era um ato de guerra das forças comunistas ou não-alemãs (undeutsch) contra Hitler, que recém tomara o poder. A presença da juventude universitária e o mutismo da gente culta alemã durante a invasão das bibliotecas e nas cerimônias coletivas que se seguiram, serviu como álibi inocentando o regime.
O Ponto Alto
Preparando a organização da volta de Hitler depois de ter derrotado a França em junho de 1940. Goebbels atingiu o apogeu como organizador de massas. Berlim foi o palco da monumental encenação a espera do retorno do messias alemão. As imagens são contundentes. As tropas marchando pela avenida eram obrigadas a serpentearem, pressionadas pela multidão delirante. Quando Hitler desembarcou no aeroporto de Tempelhof e com sua Mercedes-benz “augusta” deixou os imperadores e todos os heróis de Roma na sombra se comparado. O mesmo poderia se aplicar aos reis e imperadores prussianos.
Gobbels mais do que dobrou sua atividade, tornado-se o segundo orador depois de Hitler. Estava em todos os pontos da Alemanha exortando o povo a empenhar-se na guerra que começava Quando os resultados positivos da invasão da URSS em junho de 1941 começaram a minguar, coube ao ministro o papel de seu lugar-tenente. Foi a voz de Goebbels que passou a ser ouvida nacionalmente, como também sua presença se fazia sentir nos noticiários após os violentos bombardeios aliados, consolando e amparando os sobreviventes.
E então aconteceu o desastre militar de Stalingrado, o front alemão no Volga viu-se cercado pelos soviéticos. Milhares de soldados do IV Exército em temperaturas bem abaixo de zero capitularam em 1º de fevereiro de 1943. O desastre final batia às portas. Nada disso afetou Goebbels. Parecia estar em todos os lugares. Mas o mais sensacional da demência coletiva em que a Alemanha se encontrava deu-se quando ele convocou as bases do partido para um grande meeting no Sport Palace, espaço ocupado pelos nazistas em Berlim para suas exortações políticas.
Albert Speer, arquiteto favorito de Hitler, um homem moderado, testemunhou nunca estar antes presente numa platéia totalmente fanatizada. Uma multidão histérica que a qualquer excitação reagia com hurros e gritos desproporcionais, E que o orador lhes oferecia? O que o pequeno Goebbels tinha ainda que lhes dizer?
Goebbels sabia da gravidade das notícias e incendiou o público com o clamor pela Guerra Total (TotalesKrieg). Uma guerra como ninguém jamais havia visto ou sabido, uma “resistência até os limites finais”, até que um dos povos sucumbisse. Em meio a uma onda de vozes como jamais se vira na Alemanha num ambiente coberto, Goebbels encerrou sua peroração com as palavras derradeiras de um poeta alemão patriota de 1813 contra a ocupação napoleônica: “Então povo! Que a tempestade se abata sobre nós!” (nun Volk steth auf und Sturm, brich loss).
A Medéia nazista
Certamente ninguém ligado às letras ou à cultura clássica poderia imaginar ao longo dos mais de dois mil séculos das tragédias gregas que algo similar poderia um dia vir a ocorrer no coração da Europa. Ainda que com objetivos diferentes Magda Goebbles que se mudara para o bunker para acompanhar o chefe até seu derradeiro instante, um tanto que seguiu Medéia a insensível mãe assassina que exterminou com sua prole em vingança contra o Jason, seu marido infiel.
Mal as bandeiras do exército vermelho começaram a cercar Berlim em maio-abril de 1945, Magda e Joseph concluíram que o sonho do império racial nacional-socialista se desfizera. Não só o casal, fanático por Hitler, como seus seis filhos, crianças belíssimas, não poderiam viver num mundo sem o Füher. Trancadas numa das peças do bunker onde Hitler tirou a vida, Magda com o auxílio de um enfermeiro preparou para cada uma delas (cinco meninas e um menino) a mortal cápsula de cianeto. Em seguida terem assistido a remoção dos pequenos corpos, coube ao casal suicidar-se do lago de fora do bunker.
Hitler, num gesto de gratidão pela presença dos Goebbels até os momentos prévios ao seu suicídio, decretou a promoção do poder de Chanceler – chefe do estado alemão – para o Ministro da Propaganda, ainda que por 24 horas. A imolação dos Gobbels talvez tenha sido um dos gestos mais extremados cometido pelo fanatismo ideológico em qualquer outro tempo da história.