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Hitler, Jesus, assassinato: confira dez livros polêmicos

Ao longo da história, muitas publicações foram tachados de “perigosas”, por diversas razões, como a de ter influenciado ditadores e criminosos pelo mundo

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Livros ganham contornos polêmicos em razão do conteúdo, das opiniões, das interpretações...
Foto: iStock

Ao final de 2015, cairão em domínio público os direitos autorais do livro “Mein Kempf”, concebido pelo general nazista Adolf Hitler e cujos direitos atualmente pertencem à Biblioteca Estadual da Baviera, na Alemanha. A instituição, atualmente, se recusa a imprimir novas edições da obra, por considerá-la “perigosa demais” para ser lida pelo público.

Ao longo da história, porém, muitos outros livros além do manifesto de Hitler já foram tachados de “perigosos”, por diversas razões, a exemplo de ter influenciado ditadores e criminosos pelo mundo.  Confira a seguir, na lista produzida pelo Terra e pela Nuvem de Livros.

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Mein Kempf (Adolf Hitler)

Mein Kempf” (ou “Minha Luta”, na tradução mais aceita) foi concebido por Hitler durante o período em que o general austríaco estava na prisão, na década de 1920. Na obra, que conta detalhes autobiográficos, há ampla difusão de um conteúdo antissemita (o povo judeu é considerado um “perigo”) e racialista (racismo científico), que se tornariam a base do governo nazista de Hitler na Alemanha até a derrota do país germânico na Segunda Guerra Mundial.

O apanhador no campo de centeio (JD Salinger)

Considerado pela revista Time como um dos cem melhores romances ingleses escritos após 1923, “O apanhador no campo de centeio” pôs à tona diversos debates da vida adolescente com o personagem Holden Caufield. No entanto, a obra passou a ser tachada de “perigosa” depois de o assassino de John Lennon, Mark David Chapman, confessar que tirou do livro a inspiração para matar o ex-Beatle em 1980. O livro também teria servido dado ideia a Roberto John Bardo, assassino da modelo e atriz americana Rebecca Schaeffer, e a John Hinckley Jr., que tentou assassinar o ex-presidente americano Ronald Reagan em 1981.

O Príncipe (Nicolau Maquiavel)

Maquiavel escreveu em 1513 o livro que se tornou referência para a constituição do Estado moderno. Determinadas passagem da obra, como “os fins justificam os meios” e que “é melhor ser temido que amado” fizeram com que a expressão “maquiavelismo” se tornasse sinônimo de “perversidade” e “maldade”. Apesar de ter diversas interpretações e ser um dos livros mais estudados no mundo, "O Príncipe" teria sido também uma das fontes de inspiração de ditadores como Hitler e Stalin. Este conteúdo está disponível na Nuvem de Livros.

O Anticristo (Friedrich Nietzsche)

Trata-se de uma das críticas mais veementes ao cristianismo. Na obra, o filósofo alemão classifica a religião cristã de “maldição” e responsável por persuadir a massa com ideias pré-fabricadas. Em seu ensaio, Nietzsche questiona Jesus Cristo e aponta que “O Evangelho morreu na cruz”. Este conteúdo está disponível na Nuvem de Livros.

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O Evangelho segundo Jesus Cristo (José Saramago)

O escritor português José Saramago, vencedor do Nobel de Literatura de 1998, também abordou a temática do Cristo em um de seus livros. Na obra, o autor conta uma história humanizada da vida de Jesus, deixando o mítico em segundo plano. A suposta relação com Maria Madalena também está presente no livro, que foi lançado em 1991 e recebeu fortes críticas da Igreja Católica lusitana.

Caçadas de Pedrinho (Monteiro Lobato)

Trata-se de um livro infantil, em mais uma das aventuras de Pedrinho e Narizinho no Sítio do Picapau Amarelo. No entanto, em 2010, o Conselho Nacional de Educação (CNE) havia recomendado que um dos clássicos de Monteiro Lobato deixasse de ser distribuídos nas escolas pelo Brasil por considerá-lo racista. O Ministério da Educação (MEC) rejeitou o parecer do CNE, mas, à época, apontou que há elementos racistas na obra, porém inserido em um contexto histórico. Este conteúdo está disponível na Nuvem de Livros.

Lolita (Vladimir Nabokov)

Um dos romances mais aclamados do século 20, “Lolita” também carrega em seu enredo uma enorme polêmica: a trama, ficcional, gira em torno da paixão obsessiva do intelectual de meia-idade Humbert Humbert por Lolita, uma menina de 12 anos chamada Dolores Haze. A obra é considerada imoral, e o autor chegou a ser tachado de pedófilo.

Os versos satânicos (Salman Rushie)

Na obra fantasiosa de Salman Rushdie, dois atores indianos sofrem uma metamorfose após um acidente aéreo: um vira anjo; o outro, demônio. Além de abordar uma das dúvidas mais comuns da humanidade (quem sou eu?), o autor faz diversas analogias à vida do Profeta Maomé, fundador do islamismo. O livro não agradou à cultura muçulmana, e Rushdie chegou a ser ameaçado de morte.

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1984 (George Orwell)

Talvez você não saiba, mas o conceito de “Big Brother” nasceu justamente no livro 1984 – escrito em 1948 e publicado em 1949 por George Orwell e que projetava o futuro dali a alguns anos, com base política. O escritor, certamente, não pensava em reality shows, mas criou o conceito do Grande Irmão: um poder cruel, que tudo vê e tudo sabe no sombrio território ficcional de Oceânia, comandado pelo Partido e que tem como braço direito o horripilante Ministério do Amor, onde o personagem Winston sofre terríveis torturas. A obra é uma crítica ferrenha a Estados totalitários e questiona os excessos do poder incontestado.

Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley)

Assim como “1984”, “Admirável Mundo Novo” questiona o futuro da humanidade, mas apoia-se nos vieses do avanço científico e na perda da identidade humana. No mundo inventado por Huxley, seres humanos são programados em laboratórios, a felicidade era obtida por meio de pílulas da droga Soma, Henry Ford é idolatrado, as palavras “mãe” e “pai” são repugnantes, as obras de Shakespeare são consideradas revolucionárias. Trata-se de uma projeção bastante crítica e pessimista, porém alarmante das civilizações futuras. Este conteúdo está disponível na Nuvem de Livros.

Leia esses e muitos outros livros na Nuvem de Livros do Terra. Saiba mais aqui

Fonte: Terra
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