Na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as escolas cívico-militares estão longe de causar preocupação. O foco do governo é, na verdade, em investir no ensino público integral de qualidade, segundo o presidente.
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Em entrevista ao UOL nesta quarta-feira, 26, Lula afirmou que são poucos os governadores que desejam investir mais na educação cívico-militar. Apesar disso, o assunto não é um dos focos de sua gestão.
"O que nós, enquanto governo, temos que cuidar é da educação. Nós estamos preocupados nesse momento com escolas de tempo integral para todas as crianças em idade escolar nesse país. Nós estamos, hoje, preocupados em evitar que alunos do ensino médio desistam da escola. Nós temos 500 mil alunos desistindo porque têm que trabalhar para ajudar a família", avaliou.
Lula destacou a criação do programa Pé de Meia, do Governo Federal, que oferece uma bolsa de R$ 9 mil em 3 anos para alunos que compareçam à escola e passem em um prova. "A gente quer que esse garoto estude, porque somente estudando é que esse país vai para a frente. Não existe exemplo de país no mundo que se desenvolveu sem investir na educação. Então nós temos que investir na educação. Militar vai para a escola militar. O povo brasileiro vai para a escola pública, uma escola de qualidade", disse se referindo às escolas cívico-militares.
O chefe do Executivo Nacional falou ainda que deseja providenciar para os jovens brasileiros a educação à qual não teve acesso. "Tudo que eu não tive direito quando eu era adolescente, eu quero que o povo tenha. A minha marca é essa. Tudo que eu não tive porque minha mãe não podia, ao invés de eu ficar ressentido e magoado, eu quero que o povo tenha", pontuou.
"As pessoas mais humildes tem que ter educação de qualidade, tem que ter curso profissional, tem que ter escola de tempo integral, porque se não esse país não vai pra frente. E eu vou fazer tudo para ajudar o país a ir pra frente", completou.
No último dia 20 de junho, o PT pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação da lei de escolas cívico-militares criada por Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo. O partido pediu que a Corte declare inconstitucional a lei que cria escolas deste tipo no estado.
O argumento é que o modelo viola princípios constitucionais e legais, gerando altos custos ao Estado, e impactando negativamente a liberdade e desenvolvimento dos estudantes, além de outros motivos.