A mãe da adolescente de 15 anos agredida por duas alunas em uma escola estadual de Glicério, no interior de São Paulo, relatou à TV TEM, da TV Globo, que estava na grade do portão quando viu a filha sendo arrastada pelos cabelos, recebendo socos e tendo a blusa arrancada por uma das agressoras. O caso ocorreu nesta terça-feira, 26, na Escola Estadual Maria Matilde Castein Castilho.
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"A minha filha ficou nua na frente de todo mundo. E eu vendo aquela cena dói, mas não pude fazer nada. Me senti impotente, não consegui salvar minha filha. Depois, eu invadi a escola e vi minha filha chorando muito", lamentou a mãe, que não teve a identidade revelada para preservar a vítima.
As imagens do momento da confusão, que durou cerca de dois minutos, estão circulando nas redes sociais. No vídeo, é possível ver a vítima sendo agredida pelas duas estudantes enquanto outros alunos estimulam a briga. O motivo teria sido um desentendimento por causa do irmão da vítima.
A mãe também contou à TV que a filha realiza tratamento neurológico, após os médicos suspeitarem que ela possa ter autismo. De acordo com ela, na semana passada, a adolescente também foi vítima de agressão e os casos de violência entre os alunos estão sendo frequentes na instituição.
"Na semana passada, eu não levei a sério, porque achei que fosse coisa de adolescente. Hoje, chegando lá, eu vi a briga e, até agora, estou sem entender. Eu mando a minha filha para a escola com coração partido, com medo, porque ela tem autismo e sofre perseguição dentro da escola, bullying. Já não sei a quem recorrer", afirmou a mãe.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou ao Terra que o caso foi registrado como lesão corporal na Delegacia de Glicério. Um homem, de 37 anos, compareceu à delegacia e relatou que sua filha, de 15 anos, havia sido agredida por outras duas menores na instituição de ensino.
Segundo o pai da adolescente, quando chegou no local, a briga já havia sido contida por funcionários. A menor foi socorrida ao pronto-socorro de Glicério, com algumas escoriações pelo corpo.
"Na delegacia, o homem manifestou o direito de representar contra as adolescentes infratores. As investigações prosseguem pela unidade policial para esclarecer o caso", acrescentou a SSP.
Em nota, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo afirma repudiar toda e qualquer forma de violência e lamentar o caso.
"Assim que identificado o episódio durante o intervalo, três funcionárias que acompanhavam a movimentação dos alunos apartaram o conflito. Os responsáveis foram imediatamente chamados e o conselho escolar definiu que as estudantes acompanhem as aulas remotamente nesta semana", informou a Seduc.
Um encontro da aluna vítima com profissional do Psicólogos nas Escolas está agendado para esta quarta. A equipe do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP) acompanha o caso e afirma que irá implementar estratégias de conscientização sobre conflitos e cultura de paz na unidade escolar. A Ronda Escolar e o Conselho Tutelar também foram acionados. A Diretoria de Ensino de Birigui designou um supervisor para apurar a conduta dos servidores no caso.