O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que a pasta já está trabalhando no Pé-de-Meia universitário para dar apoio financeiro aos estudantes do ensino superior de baixa renda e que pretende lançar o programa em 2025. A iniciativa, segundo ele, seguirá os mesmos moldes do já implementado para o ensino médio.
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"Tem aluno que abandona [o curso] porque às vezes não tem onde morar. Estamos começando a construir um Pé-de-Meia para o estudante universitário, uma proposta para ser discutida com o presidente. Ele já está empolgado. Nós podemos identificar onde é que estão os gargalos, as dificuldades para garantir que esse aluno possa realizar o seu sonho de ir para a universidade", disse em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta segunda-feira, 30.
"Este ano estamos universalizando a assistência estudantil para alunos indígenas e quilombolas nas universidades federais. Aumentamos em 60% os recursos das federais para a assistência estudantil. No PAC, estamos garantindo restaurante a todos os institutos federais. Mas não é só construir o restaurante, é manter funcionando. É garantir a alimentação para o aluno, um local em que ele possa se alojar ou pagar um aluguel. Vem aí o Pé-de-Meia do ensino superior", acrescentou o ministro.
Conforme Santana, somente no fim do ano letivo, será possível fazer uma avaliação sobre o programa Pé-de-Meia, já implantado para o ensino médio. Mas, segundo o ministro, há a informação, de algumas redes, que aumentou a frequência dos alunos na escola.
Uso de celulares na escola
Santana também está preparando um projeto de lei que proíbe o uso de celulares dentro das salas de aula de escolas públicas e privadas. Essa proposta, de acordo com a pasta, deve ser apresentada ao Congresso Nacional em outubro.
"Alguns estados ou municípios já criaram leis, como o Rio. A ideia era uniformizar para todo o Brasil. Todos os estudos e evidências mostram que o uso excessivo tem trazido prejuízo na aprendizagem. Não somos contra a internet. O ministério tem uma política de conectividade para todas as escolas públicas do Brasil. Mas queremos ferramentas com fins pedagógicos", explicou o ministro ao jornal.
Para o ministro, o celular deve ser usado nas escolas com fins pedagógicos. "Defendemos que a escola tenha conectividade, internet, computador, tablet. [...] Mas não dá para ficar dentro da sala de aula brincando com o celular. A ideia é que a gente possa definir quais são as faixas etárias. Isso é um processo que vamos ter que discutir com as redes, os secretários, os gestores, com a comunidade."