O ministro da Educação, Abraham Weintraub, participou nesta quinta-feira (9) da transmissão semanal ao vivo do presidente Jair Bolsonaro no Facebook e rebateu as críticas por causa contingenciamento orçamentário das universidades e institutos federais. Ele voltou a dizer que o país passar por um processo de estabilização da situação econômica e que é preciso segurar os gastos no momento, mas negou haver corte. Weintraub ressaltou que salários e moradia estudantis não foram afetados.
"O que a gente está fazendo com elas [universidades]? Geralmente, de orçamento, elas têm R$ 1 bilhão por ano. Algumas tem mais, algumas menos. Nesse momento, que todo mundo está apertando o cinto, a gente não está mandando ninguém embora. Todo mundo está recebendo em dia, professor, técnico, todo mundo. Toda ajuda de refeitório, moradia para os estudantes está preservada", destacou.
Para exemplificar que o corte é pequeno em relação ao orçamento total da pasta, Weintraub exibiu 100 chocolates dispostos sobre a mesa e disse que no segundo semestre o orçamento integral poderá ser recomposto. "A gente está pedindo três chocolates e meio [mostrando os chocolates]. Não estamos cortando. Deixa pra comer depois de setembro. É só isso que a gente está pedindo. A gente está pedindo para segurar um pouco, 3,5% dos 100% [do orçamento]. Aí ficam espalhando que a gente está cortando tudo", afirmou.
No caso do contingenciamento das instituições federais de ensino, o Ministério da Educação (MEC) já havia informado "que o critério utilizado para o bloqueio de dotação orçamentária foi operacional, técnico e isonômico para todas as universidades e institutos". Segundo a pasta, foram bloqueados R$ 7,4 bilhões do total de R$ 23,6 bilhões de despesas não obrigatórias. No total, o orçamento anual do MEC, incluindo gastos obrigatórios, é R$ 149 bilhões.
"O bloqueio preventivo incide sobre os recursos do segundo semestre para que nenhuma obra ou ação seja conduzida sem que haja previsão real de disponibilidade financeira para que sejam concluídas", informou o MEC.
Em reunião com Bolsonaro, mais cedo, os governadores do Nordeste pediram a revisão do bloqueio orçamentário.
Pele de tilápia
O presidente Jair Bolsonaro faz transmissão ao vivo para redes sociais ao lado do médico e pesquisador Marcelo José Borges que descobriu propriedades terapêuticas da pele da tilápia no tratamento de queimaduras de 2º e 3º graus. - Carolina Antunes/PR - Carolina Antunes/PR
A convite de Bolsonaro, participaram da transmissão ao vivo de hoje pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) envolvidos no estudo do uso da pele de tilápia para o tratamento de queimaduras e feridas.
"A pele da tilápia, desenvolvida pela UFC, veio para revolucionar o tratamento de queimaduras e feridas. Primeira, porque ela é de fácil obtenção, tem em todo canto. Segundo, como é uma pele que vai para o lixo, tem baixo custo", explicou o médico Edmar Maciel Lima Júnior.
A pele da tilápia adere melhor sobre a ferida, evitando a contaminação externa e a perda de líquidos na área afetada. Além disso, evita as trocas diárias de curativo, realizadas no tratamento convencional, que costuma causar muita dor aos pacientes. "Diminui todo o trabalho da equipe, o sofrimento da família e os custos para a rede pública, que é quem arca com isso", acrescentou Lima Júnior.
Para o presidente, o Brasil tem capacidade de oferecer a matéria-prima para a pele de tilápia. Ele citou o exemplo de pessoas que possuem represas, como uma pequena central hidrelétrica, que pode ser aproveitada para a criação do pescado. "Pode produzir, por ano, de 10 a 15 toneladas de tilápia. Essa matéria está em abundancia aqui no Brasil", disse.
A pesquisa com pele de tilápia, que começou em 2014 na UFC, envolve atualmente um total de seis países, seis estados e 189 colaboradores.