Josiane Lima, comissária de voo e moradora de Maringá, no norte do Paraná, utilizou as redes sociais para compartilhar sua angústia e revolta com relação à perda da guarda de seu filho de um ano.
Com uma carreira de pelo menos 10 anos na aviação, ela expressou ter sido alvo de "preconceito e injustiça" em virtude de sua profissão.
O juiz, ao conceder a guarda unilateral da criança ao pai, justificou que "a rotina de trabalho da ré [Josiane] não permite que preste ao filho os cuidados diários de que necessita". O magistrado também mencionou que a criança já estava sob a guarda paterna há algum tempo.
Por sua vez, Josiane afirmou ser natural de Manaus e que optou por se mudar para Maringá para possibilitar ao filho ter contato com o pai. De acordo com ela, a criança está atualmente com o pai por ter sido "retirada à força dela".
"Eu e minha família somos de Manaus e me sacrifiquei para vir a Maringá pensando no bem-estar do meu filho e que ele pudesse ficar perto do pai. Estou sofrendo injustiça e preconceito contra minha profissão. Estão negando o direito de eu ficar com meu filho por conta da minha profissão", diz a comissária em vídeo.
No vídeo que foi divulgado, Josiane ressaltou que o menino nunca deixou de conviver com ela e enfatizou ser a responsável por suprir as despesas da criança.
"O pai arrancou ele de mim de forma violenta, juntamente com o avô. Eu sofri violência doméstica. Ele escondeu meu filho por 20 dias. Inclusive, no Dia das Mães, eu fiquei implorando para ver meu filho e não consegui", disse
Segundo Josiane, sua mãe estava "disposta" a cuidar do bebê enquanto ela estivesse trabalhando. "O pai deixa a criança o dia inteiro na creche com estranhos. Eu tenho que ver meu filho apenas durante três horas. Nunca ficamos tanto tempo separados", acrescentou ela.
Após a decisão, o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) manifestou solidariedade a Josiane e emitiu uma nota de apoio "a todas as aeronautas que conciliam o trabalho na aviação com a maternidade".
A entidade contestou a justificativa da decisão que concedeu a guarda da criança ao pai, argumentando que é plenamente possível conciliar a profissão com a maternidade.