O resultado das escolas particulares brasileiras no ranking de Matemática na prova Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS), avaliação internacional, faria o Brasil subir algumas posições na lista, mas não o suficiente para chegar à nota média dos países participantes.
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O Brasil participou pela primeira vez do exame, cujos dados foram divulgados nesta quarta-feira, 4. No 4º ano do ensino fundamental, se fossem ignoradas as notas dos alunos de escolas públicas, o País estaria na 45ª posição (em vez de 55ª) entre a Macedônia e o Catar.
Já no 8º ano, a situação é um pouco melhor e o País ficaria logo abaixo de Portugal, em 27º - 14 lugares acima da posição geral do Brasil. Mesmo com essa melhora, a nota do alunos da escola privada é de 393 pontos, quando a média das nações participantes ficou em 478 (a nota está numa escala que poderia ir até mil).
Os resultados do exame foram divulgados no mundo todo nesta quarta-feira, 4. É a primeira vez que o Brasil participa.
O desempenho das redes públicas puxou a média do Brasil para baixo. Na rede municipal, onde está a maioria dos alunos de 9 anos que fizeram o TIMSS, a média foi de 381,9 pontos. A nota geral do País foi 400 pontos no 4º ano.
O TIMSS teve a participação de 44,9 mil estudantes de escolas públicas e privadas brasileiras. Foram 796 escolas no 4º ano e 849 escolas, no 8º ano.
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São Paulo não sobe nota do Brasil, mas Sul e Sudeste se destacam
O estado de São Paulo, separadamente, também não tem resultado muito diferente do Brasil em Matemática. As tabulações de dados mais específicos dos Brasil foram divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC)
A nota dos paulistas no 4º ano, apesar de numericamente superior à geral do Brasil (417 ante 400), não faria o País subir nenhuma posição no ranking, continuando abaixo da Arábia Saudita e do Irã.
No 8º ano, São Paulo fica três posições acima na lista, mas ainda abaixo da África do Sul, por exemplo.
O TIMSS mostra que mais da metade (51%) dos estudantes brasileiros de 9 anos não conseguem fazer contas básicas de Matemática e medidas simples. Isso inclui, por exemplo, multiplicação de números com um apenas um dígito - como 4 x 5 ou 3 x 8 - ou medir comprimentos com uma régua.
Em Ciência, os resultados são um pouco melhores, mas só 31% as crianças sabem que a gravidade puxa as coisas para baixo.
Os resultados dos países podem ser expressados de várias formas, além da posição no ranking. Conforme os acertos, os alunos vão alcançando os níveis de dificuldade do exame: baixo, intermediário, alto e avançado. Não há, no entanto, detalhamento do Inep sobre quantos alunos de escolas privadas e dos estados ficaram em cada um dos níveis.
O Rio Grande do Sul é o estado com a melhor média no 4º e no 8º de Matemática, segundo os dados tabulados pelo Inep. Ele é seguido, nos dois rankings, por estados como Minas, Paraná, São Paulo e Santa Catarina.
No ranking brasileiro, Sul e Sudeste têm notas mais altas. Por outro lado, muitos estados do Nordeste e Norte ficam abaixo da média brasileira.
Ceará e Pernambuco, por exemplo, que se destacam em avaliações nacionais, estão longe do topo.
Na Ciência, escolas privadas subiriam posição brasileira no ranking
Em Ciência, outra área avaliada pela prova, o desempenho das escolas privadas brasileiras consegue atingir a média dos países participantes e permitiria ao Brasil subir mais posições no ranking.
No 4º ano, a nota faria o Brasil deixar para trás 18 países e ficar na 33ª posição, logo abaixo da Espanha.
No 8º ano o País ficaria entre 20 melhores (de 42 avaliados), ao lado da Itália e de Malta.
Já a nota de São Paulo é só levemente superior à média brasileira nas duas séries e não deixa o estado muito acima no ranking em Ciência.
O Rio Grande do Sul continua com a nota mais alta entre os estados também em Ciência. Tocantins tem a média mais baixa no 4º ano e Maranhão, no 8º ano.