O número de escolas estaduais ocupadas por estudantes em São Paulo chegou a 74 no último sábado (21). A informação foi confirmada pela Secretaria da Educação do estado. Na sexta-feira (20), o número de escolas ocupadas totalizava 67.
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Os estudantes ocupam escolas paulistas em protesto contra a reorganização proposta pelo governo paulista. O projeto da secretaria prevê o fechamento de 94 escolas e a transferência de cerca de 311 mil estudantes para instituições de ensino da região onde moram, já a partir do início do próximo ano.
O objetivo da reorganização, segundo a secretaria, é segmentar as unidades em três grupos (anos iniciais e finais dos ensinos fundamental e médio), conforme o ciclo escolar. “Eu estou no [colégio] Fernão Dias [no bairro de Pinheiros, zona oeste] no noturno, e vão tirar. E eu não sei para onde eu vou. Na Pompeia [zona oeste], onde eu moro não há escola. Essa aqui é a mais próxima e vão fechar o noturno”, disse a porta-voz dos estudantes que ocupam o colégio Fernão Dias Paes, que se identificou apenas como Tainã, do ensino médio.
O colégio permanecia na tarde de hoje ocupado pelos estudantes. Eles controlam o acesso ao prédio, e permitem a entrada apenas de alunos ou pais. Diferentemente do que ocorreu nas últimas semanas, quando a polícia cercou o local, hoje não havia presença de policiais. “Eles argumentam que os cursos que vão ser fechados têm poucos alunos. Mas aqui no Fernão deve ter ao menos uns 800 alunos no noturno. Na minha classe tem 65 alunos”, disse a porta-voz. No local, as aulas normais estão suspensas. Os alunos que ocupam a escola organizam “aulas públicas”, com professores convidados. A tema da aula de hoje seria processo histórico.
Na última quinta-feira (19), terminou sem acordo a reunião de conciliação do secretário da Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald, com representantes dos estudantes que ocupam escolas paulistas em protesto contra a reorganização proposta pelo governo paulista.
No encontro, ficou acertado que haverá uma audiência de conciliação, nos próximos dias. Por enquanto, estão suspensas todas as ações de reintegração de posse nas escolas do estado. Herman Voorwald apresentou propostas para que os alunos desocupem as escolas. Ele disse que a secretaria vai distribuir para os estabelecimentos de ensino todo o material sobre as mudanças e, além disso, fará audiências públicas, com participação de integrantes da comunidade, para discutir a as modificações.
Voorwald disse que os estabelecimentos, após receberem o material, terão um prazo de dez dias para debater com a comunidade escolar e apresentar contrapropostas. Os estudantes não concordaram com isso, e pediram um prazo maior: todo o ano de 2016. O secretário não concordou e manteve o prazo anterior.