Um conselho consultivo universitário é composto por profissionais internos e externos à instituição, com o propósito de agregar conhecimentos e experiências adicionais à visão dos acionistas, executivos e da equipe de gestão da organização. Os conselheiros oferecem suporte e orientação à gestão da empresa, auxiliando na qualificação dos processos gerenciais para a tomada de decisões mais assertivas.
Através de reuniões periódicas, o conselho consultivo discute questões-chave relacionadas à estratégia, política acadêmica, investimentos e outras áreas relevantes da universidade. Essas trocas proporcionam um espaço para análise aprofundada de cenários, riscos e oportunidades, permitindo que a gestão tome decisões mais fundamentadas e alinhadas aos objetivos institucionais.
Para compreender como funciona um conselho consultivo universitário na prática, o Terra conversou com Mônica Orcioli, presidente dos Conselhos Consultivos das Universidades Anhembi Morumbi e Universidade São Judas, e com Dilma Campos, membra do conselho da Universidade São Judas.
Importância de um conselho consultivo
Nos dias atuais, quase metade das empresas não gera resultados por falta de governança. Uma pesquisa recente realizada pela ACE Cortex revelou que 43% das empresas enfrentam dificuldades em gerar resultados em projetos por falta de governança, e mais de 71% dos entrevistados afirmaram que falta uma estratégia e preparo da liderança sobre qual direção seguir.
Os dados apresentados na pesquisa confirmam a importância de ações estratégicas e assertivas para o desenvolvimento de uma empresa. Um conselho consultivo bem estruturado e alinhado às necessidades do mercado de trabalho colabora com a estrutura organizacional e auxilia no desenvolvimento de ações que gerem impactos positivos na vida dos estudantes e na geração de novas linhas de receita.
Mônica explica a importância do conselho consultivo nas instituições de ensino em que atua. "As reuniões do conselho nos ajudam a alinhar as necessidades dos estudantes com as demandas do mercado de trabalho. Ter essas trocas é de extrema importância, pois nos permite ampliar cada vez mais nosso entendimento das necessidades do mercado e, assim, preparar nossos estudantes de forma mais eficiente para os desafios futuros."
Critérios que são levados em conta na escolha dos membros de um conselho consultivo
- Experiência profissional: no momento da seleção dos membros de um conselho, é de extrema importância levar em consideração os conhecimentos profissionais e a afinidade do membro escolhido com o propósito da organização;
- Capacidade de trabalho em equipe: os membros do conselho devem ser capazes de trabalhar em conjunto;
- Diversidade e representatividade: ter membros diversos com diferentes origens, culturas, gêneros e perspectivas, ajudam o conselho a garantir uma abordagem inclusiva e enriquecedora para a tomada de decisões.
Diversificar os membros de um conselho também é fundamental para ampliar a rede de contatos da universidade, facilitar parcerias estratégicas e ter acesso a recursos e oportunidades de negócio.
Dilma Campos, além de conselheira da Universidade São Judas, é atriz com passagens em grandes agências brasileiras, bem como fundadora e CEO da agência de live marketing Outra Praia. Mas, dentre tantas experiências, ela ressalta a importância de participar de um conselho consultivo universitário.
"Eu só acredito que a gente possa construir alguma coisa neste mundo através da educação e estar neste Conselho é contribuir para que possamos de fato criar ações que coloquem a educação em primeiro plano. Isso é o mais importante para mim, por ter a possibilidade de auxiliar na construção de um futuro sustentável por meio da educação", relata.
Desafios de um conselho consultivo
Para Mônica, os principais desafios dos conselheiros consultivos nas instituições de ensino são reforçar o compromisso da instituição na construção de conexões genuínas, alinhadas aos valores de empregabilidade, diversidade e inclusão.
Embora não seja obrigatória a criação de conselhos consultivos em instituições de ensino, a prática é vista com bons olhos por empresários, acionistas e empreendedores, e ajuda no desenvolvimento educacional e econômico do país.