A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta segunda-feira, durante o lançamento do programa Mais Médicos, a contratação de médicos estrangeiros para atuar nas áreas com falta de atendimento no Brasil. O projeto é alvo de críticas da categoria, que defende uma carreira nacional
"O programa Mais Médicos, que é um dos braços importante desse pacto (pela saúde), não tem como objetivo trazer mais médicos do exterior, mas trazer mais saúde para o interior do País", diz Dilma.
O projeto lançado nesta segunda-feira tem como ponto mais polêmico o incentivo à vinda de médicos estrangeiros para atuarem em regiões com carência de profissionais brasileiros, como municípios do interior e periferia de grandes cidades. A medida faz parte do conjunto de respostas da presidente à onda de manifestações que tomou conta de ruas de várias cidades brasileiras.
"Em todas as pesquisas de opinião, a saúde tem sido apontada como o maior problema do brasil. Em todas as conversas com os movimentos sociais, a saúde aparece como a questão mais importante a ser solucionada", diz a presidente. "O pacto nacional pela saúde, que propus a governadores e prefeitos, vem para acelerar soluções e buscar novos caminhos para essa questão essencial que é a saúde".
Segundo a presidente, existem três desafios a serem enfrentados no pacto: construção de novas unidades de pronto-atendimento (UPAs) e centros de saúde, bom funcionamento da rede e suprir com profissionais e em quantidade suficiente para atender com qualidade a população.
"Não se pode obrigar um médico que prefere viver na capital a ir para o interior (…). O profissional de saúde tem o direito de viver onde quiser", diz Dilma. "Mas nós precisamos admitir honestamente que algo deve ser feito para que todos os brasileiros tenham direito a um médico".
"Até que essa nova geração (...) chegue ao mercado de trabalho, as pessoas vão continuar adoecendo e continuarão precisando de médicos, de melhores hospitais, de melhores postos de saúde. Até que tudo isso aconteça eu pergunto a vocês: quem vai atender os brasileiros que não têm acesso a um médico? Estou falando do agora", concluiu.