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Pais devem conversar com os filhos antes de comprar material escolar

6 fev 2014 - 09h23
<p>Lista de material escolar: cuidado com os itens abusivos</p>
Lista de material escolar: cuidado com os itens abusivos
Foto: Corbis / Divulgação

Na hora dos pais saírem para comprar o material escolar, surge a dúvida: levar os filhos juntos ou sair sozinhos para tornar a compra mais prática? Para o bolso, costuma ser mais indicado deixar os pequenos estudantes em casa para evitar a pressão por comprar mais do que a lista exige. Por outro lado, um passeio em busca dos melhores preços na companhia dos filhos pode animá-los para a volta às aulas.

A diretora do Centro Pedagógico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Tânia Costa, recomenda uma conversa com os pequenos antes de irem às compras. Nesse momento, deve ficar claro que a família tem um orçamento para tanto. A criança deve entender que existe um limite, que ela poderá participar das decisões e comprar materiais que deseja, mas não tudo, terá de fazer escolhas.

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A vantagem de levá-los junto às lojas é que, segundo Tânia, especialmente nas séries iniciais, a compra dos materiais escolares motiva os alunos a estudar e pode dar um ânimo a mais para a volta às aulas. Geralmente, as crianças pedem por materiais pela aparência, diz Tânia. Por isso, os pais devem estar atentos e priorizar outros aspectos como a qualidade e durabilidade, e não só preço, destaca Tânia. “Às vezes, você compra uma cola que não é boa e acaba perdendo frascos pela baixa qualidade”, explica.

Os materiais de escrita, como canetas e lápis, geralmente merecem uma atenção maior. “Eles precisam ter uma qualidade boa pois influenciam na hora de escrever, interferem até mesmo em uma boa caligrafia”, acredita Tânia. Os pais mesmos podem experimentar a caneta, vendo se é macia, confortável e se está com tinta.

É recomendado que os pais participem de conselhos e reuniões da escola para opinarem sobre a lista de materiais e cobrem da direção um planejamento em conjunto com os professores para que se organizem os tipos de atividades desenvolvidas durante o ano e, assim, se otimize os materiais solicitados. Tânia explica com um exemplo simples: uma turma pode dividir alguns produtos por grupos, como tubos de cola, não sendo necessário cada aluno comprar uma unidade.

Preços variam até 550%

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Um levantamento de preços em 83 estabelecimentos na capital e no interior de São Paulo revelou uma variação de até 550% em valores de um mesmo produto escolar. A pesquisa foi realizada pela Fundação Procon-SP, vinculada à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo. Uma mesma caneta esferográfica foi encontrada por R$ 1 em um estabelecimento e por R$ 6,50 em outro, em Caçapava. Na capital, a maior diferença registrada foi 177,78%, referente a uma borracha vendida a R$ 0,90 em uma loja e R$ 2,50 em outra.

Por isso, o órgão recomenda pesquisar preços e guardar folhetos de publicidade para apresentar na hora da compra e garantir que o valor seja mantido. Segundo o educador financeiro da DSOP, editora especializada em educação financeira, Marcello Cunha, se os pais tiverem condições, é preferível que paguem o valor do material escolar à vista e fiquem atento aos descontos. “Um desconto de cinco por cento já vale a pena”, afirma. Incluir na pesquisa lojas eletrônicas, que cada vez oferecem mais opções e, muitas vezes, a preços mais em conta, é outra recomendação da empresa. 

Cunha alerta os pais que decidem levar os filhos juntos na hora da compra. Ele aconselha os adultos a seguirem a lista e ficarem atentos aos itens opcionais. “Se você leva criança, ela sempre induz ao pai a comprar mais e, consequentemente, gastar mais”, afirma.

De acordo com o Data Popular, a tendência para 2014 é que o gasto com livros e materiais escolares aumente mais de 10% em relação a 2012 (a pesquisa é feita a cada dois anos). É estimado que sejam gastos R$ 14,4 bilhões em artigos escolares e livros. Em 2012, esse número foi de R$ 13 bilhões. Segundo o presidente do Data Popular, Renato Meirelles, o aumento do número de estudantes em escolas e universidades privadas, a expansão de cursos extracurriculares e a inflação do setor de educação maior do que o IPCA contribuem para o crescimento.

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A classe média, que representa a maioria dos estudantes brasileiros, será a que mais sentirá no bolso esse aumento. De acordo com o executivo, 42% do total dos gastos com materiais escolares, R$ 14,4 bilhões, serão realizados pela classe média, ou seja, aproximadamente R$ 6 bilhões, contra R$ 6,2 bilhões da classe alta, que representa 15% do total de estudantes, e R$ 2,2 bilhões da classe baixa, representando 37% do total.

Saiba o que a escola não pode solicitar

De acordo com o Procon-SP, a escola não pode solicitar a compra de materiais de uso coletivo, como material de higiene e limpeza ou taxas para suprir despesas com água, luz e telefone. Além disso, elas não estão autorizadas a exigir a aquisição de produtos de marca específica ou determinar a loja ou livraria onde o material deve ser comprado.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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