Por que a cidade de São Paulo é um hub de oportunidades para investir na educação e na carreira?

Conexão com o setor produtivo atrai para a metrópole jovens em busca de currículo competitivo aqui e fora do País

25 jan 2024 - 03h10
(atualizado às 07h37)
Inspirado pelo irmão, Diogo Pedrini deixou sua cidade em Mato Grosso para cursar os ensinos médio e superior na capital paulista: ‘São Paulo é o centro do mercado financeiro’
Inspirado pelo irmão, Diogo Pedrini deixou sua cidade em Mato Grosso para cursar os ensinos médio e superior na capital paulista: ‘São Paulo é o centro do mercado financeiro’
Foto: FELIPE IRUATA/ESTADÃO / Estadão

Quem decide fazer faculdade em São Paulo pode escolher entre mais de 150 instituições de ensino superior que existem na cidade, segundo o Censo da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC). São instituições públicas e particulares de nível global e, com isso, as chances de aprendizagem vão além da sala de aula. A metrópole oferece cardápio de oportunidades sociais, culturais e de trabalho que servem para carreiras de todos os tipos.

"É um polo extremamente interessante para estudantes do País todo que queiram boas oportunidades no mercado de trabalho", afirma Tales Andreassi, vice-diretor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (Eaesp-FGV).

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Para ele, a diversidade de opções no ensino superior está ligada à importância econômica da cidade. Um ambiente de negócios moderno permite o contato com investidores, empreendedores e ideias de ponta, como no mercado de startups. A presença de multinacionais reforça a atração para os que buscam uma carreira corporativa ou formação valorizada internacionalmente.

E a reputação paulistana, diz ele, conquista os sotaques mais diversos. "É comum estrangeiros virem estudar um semestre na Eaesp, se apaixonar pela cidade e por aqui se estabelecer. Aproximadamente 50% dos nossos alunos são de fora da capital e 20%, de fora do Estado", acrescenta.

É o caso de Diogo Pedrini, de 20 anos, nascido em Diamantino, cidade de 20 mil habitantes em Mato Grosso, a 1.715 quilômetros de São Paulo. Ele terminou o ensino médio na capital paulista e cursa hoje o quinto semestre do curso de Administração de Empresas na FGV. A mudança foi inspirada pelo irmão mais velho, que também elegeu a capital paulista para fazer faculdade.

"Sempre prezei por ter um currículo com o qual eu conseguiria me dar bem tanto no Brasil como internacionalmente, e São Paulo traz isso", afirma o jovem, que começou a fazer estágio na área de fusões e aquisições. "São Paulo é o centro do mercado financeiro."

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A conexão do universo educacional com o setor produtivo não prejudica o alto nível do debate acadêmico e da pesquisa. "Metrópoles como São Paulo costumam funcionar como hubs para conferências internacionais e seminários, proporcionando uma amplitude de oportunidades para colaborações e intercâmbios", diz Simona Bizzozero, integrante do comitê executivo dos rankings QS, consultoria de referência na avaliação global do ensino superior. Foi justamente a mais recente edição do ranking QS que colocou a Universidade de São Paulo (USP) entre as cem melhores instituições do mundo e líder na América Latina.

Com maior concentração de recursos, instituições culturais e comunidades intelectuais, essas metrópoles favorecem a criação de ambientes acadêmicos dinâmicos e diversos que, além de movimentar a cidade, têm o potencial de transformá-la.

USP está entre as cem melhores instituições do mundo e líder na América Latina
Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO / Estadão

É o que aponta relatório da britânica Times Higher Education (outra das principais consultorias de ensino superior) feito em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), publicado em novembro.

"Elas (as universidades) podem adaptar suas formas de ensinar, aprender e pesquisar para moldar de forma proativa as ações de governos, gestores e cidadãos", defende Ishan Cader, consultor sênior da Times Higher.

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O ar cosmopolita da educação superior na cidade tem suas origens no ciclo do café, no século 19, que projetou São Paulo no cenário nacional. Depois, com a industrialização e o aumento do capital agregado na região, vem a concentração de investimentos, população e empreendimentos culturais.

"É preciso ter quadros que deem conta da demanda desses capitais, econômicos e culturais. Assim, há a proliferação não só de universidades públicas, mas das privadas", explica Glória da Anunciação Alves, professora do programa de pós-graduação em Geografia Humana da USP.

As instituições de ensino superior se espalharam para áreas mais afastadas do centro e mesmo da Região Metropolitana, que Glória chama de centralidades periféricas.

"Essas outras regiões não podem ser comparadas à da Avenida Paulista, ou à da Berrini (na zona sul), mas têm características que possibilitam o acesso, como o metrô, e indicam o tamanho dessa necessidade de ampliação", afirma.

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Diante dessa demanda, há espaço não apenas para o ensino superior, mas para formações mais curtas, cursos técnicos e tecnólogos, que funcionam para perfis variados.

Segundo Cássia Cruz, gerente de Educação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-SP), essas opções ganham em atratividade com as cargas horárias variadas e os formatos flexíveis, além de se encaixarem na demanda de quem precisa de atualização profissional.

"A educação profissional e tecnológica promove uma formação que cria oportunidades imediatas e assegura o alinhamento dos perfis profissionais que o setor produtivo precisa, preparando os estudantes para os desafios do mercado cada vez mais competitivo", ressalta Cássia.

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