O anúncio da presidente Dilma Rousseff da intenção do governo federal em contratar médicos formados no exterior, levou às ruas de Curitiba (PR) mais de 2 mil médicos e estudantes na manhã desta quarta-feira. Eles protestaram contra a "importação" de médicos sem a necessidade de revalidação dos diplomas e por mais estrutura e investimentos na saúde pública. Os profissionais percorreram o calçadão da rua 15 de Novembro, entre a Boca Maldita e as escadarias do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Outras nove cidades do Estado também organizaram manifestações.
"Não somos contra a vinda de médicos estrangeiros para o País. O Brasil está sempre aberto para esses profissionais. Mas é necessário que eles passem por uma prova de revalidação do diploma, para comprovar a capacidade teórica e prática para o exercício da medicina em nosso País", disse o presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná, Alexandre Bley. "É um risco à população, colocar médicos sem a competência comprovada e, até, sem domínio da língua portuguesa para atender justamente os pacientes das cidades mais remotas", acrescentou.
Apesar de existirem, no Paraná, 75 municípios sem nenhum médico domiciliado e outros 59 com apenas um médico, as entidades de classe da medicina contestam o argumento de que faltam médicos no Brasil. "Temos 200 escolas médicas e formamos 17 mil médicos por ano. Nossa proporção de dois médicos para cada mil habitantes é semelhante a de países da América do Norte, e do Japão, e está crescendo. O que falta é estrutura e investimento para que esses médicos possam atuar nessas cidades mais distantes", disse o presidente da Associação Médica do Paraná, João Carlos Baracho.
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Cerca de 200 médicos se concentraram nesta quarta-feira em frente ao Ministério da Saúde e ao Palácio do Planalto, em Brasília, para protestar contra a "importação" de profissionais estrangeiros sem prova de revalidação do diploma
Foto: Valter Campanato
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Para manifestantes, não faltam médicos, e sim investimentos na área da saúde
Foto: Valter Campanato
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Usando nariz de palhaço e com cartazes criticando a presidente Dilma, médicos e estudantes de medicina fecharam a avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra a 'importação' de médicos
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos, estudantes e profissionais da saúde bloquearam a avenida Paulista na tarde desta quarta-feira
Foto: Selma Comerlatti
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Os manifestantes bloquearam a avenida Paulista, nos dois sentidos
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Fernando Souza
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Fernando Souza
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Fernando Souza
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Fernando Souza
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Fernando Souza
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Fernando Souza
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Fernando Souza
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Fernando Souza
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Fernando Souza
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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Fernando Souza
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No Rio de Janeiro, médicos protestaram contra os investimentos na Copa do Mundo de 2014 e para a destinação de mais verbas para a saúde
Foto: Daneil Ramalho
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Aproximadamente 1,5 mil médicos tomaram o Centro do Rio de Janeiro para pedir mais investimentos na saúde e melhores condições de atendimento à população
Foto: Reynaldo Vasconcelos
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Sob forte chuva, servidores da saúde em Teresina (PI) se somaram à mobilização nacional
Foto: Raoni Barbosa
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Também no Piauí, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foram os principais alvos dos manifestantes
Foto: Raoni Barbosa
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Uma pauta em comum entre os manifestantes de todo o País foi a exigência de revalidação do diploma estrangeiro. Na foto, profissionais da saúde protestam em Santa Catarina
Foto: Felipe Carneiro
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Assim como no Rio de Janeiro, médicos de Florianópolis pediram que Dilma use o Sistema Único de Saúde (SUS) e demonstraram seu apoio em defesa da saúde pública
Foto: Felipe Carneiro
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O protesto na capital carioca reuniu estudantes e profissionais da saúde
Foto: Reynaldo Vasconcelos
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Médicos de Belém (PA) fizeram caminhada pelas ruas da região central para protestar contra a proposta do governo de trazer profissionais de outros países para exercer a medicina no Brasil
Foto: Igor Mota
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Vestidos de branco e com nariz de palhaço, os médicos caminharam e gritaram palavras de ordem em Belém
Foto: Igor Mota
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Durante o protesto em Belém, manifestantes cobraram que os médicos estrangeiros passem pelo exame de revalidação do diploma (Revalida) para poder exercer a medicina no Brasil
Foto: Igor Mota
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No Rio de Janeiro, o protesto aconteceu junto à Cinelândia
Foto: Reynaldo Vasconcelos
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No Rio, os manifestantes carregaram cartazes contra a "importação ilegal" de médicos
Foto: Reynaldo Vasconcelos
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Os manifestantes reunidos no centro do Rio bradavam palavras de ordem contra o ministro da Saúde, Alexandre Padilha
Foto: Daneil Ramalho
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Os médicos cariocas paralisaram as atividades para protestar, mas os serviços emergenciais foram mantidos
Foto: Daneil Ramalho
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A mobilização no Rio reuniu mais de 1,5 mil pessoas, que saíram do prédio do Ministério da Saúde aos gritos de "Fora Padilha", em referência ao ministro
Foto: Daneil Ramalho
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A mobilização no Rio terminou junto ao prédio da Assembleia Legislativa
Foto: Daneil Ramalho
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Servidores da saúde também protestaram em Curitiba (PR) contra a proposta do governo federal de trazer médicos estrangeiros para atuar no País
Foto: Vagner Rosario
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Profissionais da saúde são contra a "importação" de médicos sem a revalidação do diploma. Em Curitiba, cartazes sugeriram a importação de políticos da Suíça no lugar de médicos cubanos
Foto: Vagner Rosario
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Mobilização reuniu 2 mil pessoas em Curitiba
Foto: Roger Pereira
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Os médicos paranaenses também pediram mais investimentos nas unidades de saúde
Foto: Roger Pereira
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Os médicos de Curitiba criticaram a vinda de estrangeiros, principalmente pela dificuldade com o idioma
Foto: Roger Pereira
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Em São Luís (MA), médicos também criticaram a falta de investimentos na saúde durante manifestação
Foto: Marco Britto
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Sob chuva, servidores da saúde de João Pessoa (PB) foram com cartazes e megafone às ruas protestar
Foto: Thiago Casoni
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Manifestantes usaram faixas e cartazes para chamar a atenção para a paralisação em Curitiba
Foto: Roger Pereira
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A manifestação em Curitiba terminou com um ato nas escadarias da UFPR
Foto: Roger Pereira
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Em Florianópolis (SC), os médicos fizeram protesto na Esquina Democrática, tradicional ponto de manifestações na capital
Foto: Fabricio Escandiuzzi
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Os médicos fizeram um abaixo-assinado contra vinda de profissionais de outros países
Foto: Fabricio Escandiuzzi
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Os catarinenses também vão distribuíram uma Carta Aberta, esclarecendo sobre a mobilização e pedindo o apoio da comunidade para uma pauta de reivindicação em defesa da saúde pública
Foto: Fabricio Escandiuzzi
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A mobilização é realizada por entidades locais em conjunto com estudantes de Medicina da UFSC
Foto: Fabricio Escandiuzzi
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Em Porto Alegre, manifestantes levaram faixa pedindo a saída do ministro Alexandre Padilha
Foto: Fernando Diniz
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Cartazes criticaram a estrutura do Sistema Único de Saúde
Foto: Fernando Diniz
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A caminhada na capital gaúcha foi iniciada por volta das 17h na avenida Independência
Foto: Maria Helena Fernandes
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Médicos cantaram o Hino Nacional na Praça 7, em Belo Horizonte, e pediram melhorias na saúde.
Foto: Marcellus Madureira
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Não estamos preocupados com reserva de mercado. O quer a gente quer é o bom atendimento da população", diz Rui Gilberto Ferreira, que preside a Associação Médica de Goiás
Foto: Mirelle Irene
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Manifestantes mostram cartazes durante protesto em Goiânia
Foto: Mirelle Irene
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Médicos e estudantes participaram dos protestos nacionais contra a "importação" de profissionais de saúde pelo governo
Foto: Mirelle Irene
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Em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, os profissionais da saúde também mostraram insatisfação com as recentes propostas do governo
Foto: Anderson Oliveira
"Essas cidades onde não há médicos são, justamente, onde não há qualquer equipamento de saúde. Não se faz mais medicina apenas com o estetoscópio e um aparelho de pressão. O médico precisa de uma estrutura mínima de diagnóstico e tratamento", disse. O presidente da AMP defendeu, ainda a criação de uma carreira de Estado para a melhor redistribuição dos médicos. "Com estrutura adequada e uma carreira de estado, semelhante à da magistratura e do Ministério Público, por exemplo, teremos vínculo verdadeiro e interesse do médico em atuar no Sistema Único de Saúde".
Os manifestantes reivindicavam, ainda, a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em saúde pública, como previa a PEC 37, que teve esse artigo vetado pela presidente Dilma. "O que falta no nosso País é investimento em saúde. Se formos agora, a qualquer pronto-socorro do Brasil encontraremos um cidadão esperando por atendimento há mais de 24 horas. E não por falta de médico, mas por falta de leito, de condições de trabalho", disse o vice-presidente Sul da Associação Médica Brasileira, José Fernando Macedo. "Nosso movimento não é corporativista, é em defesa da qualidade de atendimento. Pode vir médicos de qualquer lugar do mundo e não terão condições de atender", reforçou.
"Hoje qualquer médico formado fora do Brasil pode vir atender aqui, desde que passe por uma prova de revalidação, mas 90% dos que tentam, não passam. São esses médicos que poderão atender aqui agora. Quero saber de quem será a responsabilidade civil pela vida dos pacientes que serão submetidos a esses profissionais?", questionou.