Cerca de quatro mil professores da rede municipal do Rio se reuniram em frente à sede da Prefeitura na tarde desta sexta-feira a fim de protestar contra o prefeito Eduardo Paes e a secretária de educação do município, Cláudia Costin. A categoria exigia uma reunião com o poder Executivo, pedido ignorado pela Prefeitura, que nem sequer recebeu os líderes do sindicato. Sem resposta, os professores deixaram o local por volta das 17h.
Mais cedo, em assembleia, os professores decidiram pela continuidade da greve, que já dura quase dois meses. A categoria é contra o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), aprovado na terça-feira pela Câmara de Vereadores e sancionado um dia depois pelo prefeito Eduardo Paes.
A próxima assembleia da categoria está marcada para quarta-feira, dia 9. Na segunda, os professores planejam se unir a um ato de protesto contra as violências do Estado que reúne estudantes e sindicatos de outras categorias.
Vereadores da oposição entraram com uma ação na Justiça na quarta-feira para anular a aprovação e sanção do plano de carreira. Entre os argumentos utilizados pelos parlamentares estão a insegurança para os manifestantes que estavam do lado de fora da Câmara durante a votação, na última terça-feira, e a não presença da categoria nas galerias do Palácio Pedro Ernesto durante a votação.
Usando cassetetes, gás lacrimogêneo e balas de borracha, a PM reprimiu o protesto dos professores nas imediações da Câmara de Vereadores e impediu que a população entrasse no local para acompanhar a votação. Manifestantes integrantes do black blocs se infiltraram no protesto, causando depredações e confrontos ainda mais violentos com a polícia. Pelo menos 17 pessoas foram detidas, segundo a PM.