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Presidente da Câmara do Rio acionou PM após ataques de vândalos

Corporação, por sua vez, não revistou manifestantes no ato que teve bastante destruição na região central da capital fluminense

8 out 2013 - 13h33
(atualizado às 18h05)
O prédio da Câmara do Rio foi um dos mais danificados pela ação de grupo de manifestantes
O prédio da Câmara do Rio foi um dos mais danificados pela ação de grupo de manifestantes
Foto: André Naddeo / Terra

O presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, vereador Jorge Felippe (PMDB), acionou a Polícia Militar pedindo proteção e ajuda à corporação apenas quando os vândalos já atacavam e tentavam incendiar a Casa, após o protesto que terminou em muitos atos de vandalismo no centro do Rio de Janeiro, na noite de segunda-feira.

Felippe, em entrevista coletiva aos jornalistas na manhã desta terça-feira para apresentar os estragos causados por manifestantes mascarados, que se misturaram ao movimento dos professores em greve da rede municipal e estadual de ensino, disse que "a Casa correu um risco muito grande ontem à noite". No entanto, ele confessou que telefonou para o comandante da PM, coronel José Luís Castro Menezes, somente às 19h30, horário em que agências bancárias já eram destruídas e a movimentação de ataque à Câmara Municipal já era mais do que iminente.

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"Não sentimos necessidade, não imaginávamos que fosse ocorrer tanto vandalismo. Era para ser algo pacífico", afirmou o presidente da Câmara. Ao ser questionado pela reportagem do Terra sobre o fato de praticamente todas as manifestações terminarem em confrontos e atos de vandalismo no Rio de Janeiro, e se tendo em vista que a Câmara já foi ocupada em duas oportunidades por professores e manifestantes não seria necessária um aparato maior de segurança, Felippe afirmou apenas que "não sou um técnico de estratégia".

Há uma semana, na votação do legislativo da Câmara Municipal acerca do projeto de lei do Plano de Cargos, Carreiras, e Remunerações para os professores, como presidente da Casa, Jorge Felippe requisitou à PM um forte aparato de segurança que cercou as ruas adjacentes e impediu que manifestantes, principalmente mascarados, chegassem às entradas laterais. Desta forma, o plano foi aprovado e enviado para sanção do prefeito Eduardo Paes (PMDB). "Naquela ocasião foi algo diferente, havia uma votação legítima", destacou o vereador, braço-direito de Paes nos projetos votados no legislativo municipal.

Veja cenas de destruição na Avenida Paulista durante protesto
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Na noite da última segunda-feira, a manifestação de professores, com adesão de bancários, estudantes, sindicalistas petroleiros, além dos Black Blocs, não contou com o aparato de segurança de praxe da Polícia Militar. Desde a concentração, na área da igreja da Candelária, boatos, que depois se mostraram verdadeiros, já davam conta de que havia um plano por parte dos vândalos mascarados para incendiar a Câmara Municipal.

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Ainda assim, a corporação não acompanhou a manifestação - com exceção feita a um grupo de policiais alfa-numéricos na esquina da avenida Rio Branco com a rua Almirante Barroso e algumas poucas viaturas ainda no início do protesto. Ao contrário também de outras ocasiões, não houve revista dos manifestantes, que portavam coquetéis molotov e gasolina, além de fogos de artifício e muitos morteiros, livremente.

Câmara do Rio é atacada por vândalos e prédio é incendiado
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Sem impedimento, o vandalismo se alastrou pela região central, com um ônibus sendo queimado em plena avenida Rio Branco. Apenas depois da eclosão dos atos que a Tropa de Choque interveio e iniciou o confronto utilizando bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. "Chegou na hora devida, não tinha o que ser feito, foram ações dispersas, eles vieram com instrumental de guerrilha", destacou ainda Jorge Felippe.

Em nota, a Polícia Militar minimizou a falta de revista e o efetivo reduzido durante a manifestação. Segundo a PM, quando os vândalos começaram a fazer depredações, a corporação começou a agir com todos os seus recursos adequados. "Enquanto houve apenas a manifestação, a PM garantiu a segurança de idosos, crianças, professores, simpatizantes e de diversas outras categorias – inclusive de jornalistas de diversos veículos de imprensa, que são obrigados a andar sem o crachá de seu trabalho por causa das ameaças que sofrem dos criminosos. Nesta mesma noite, policiais do Batalhão de Polícia de Choque foram além de suas atribuições, apagando um incêndio num ônibus 324. A PM avalia que sua atuação evitou danos ainda maiores ao centro da cidade", diz a nota.

Foram empregados 750 policiais na operação de ontem, que resultou em 18 detidos. Um deles, segundo a PM, estava com quatro TVs de LCD furtadas de estabelecimentos comerciais. Ele foi autuado em flagrante na 5ª DP (Mem de Sá) por receptação.

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Destruição e perícia

A Câmara Municipal de Vereadores amanheceu completamente pichada, e ainda com forte odor de queimado. Sem a ajuda inicial da PM, a segurança pessoal da Casa, com a ajuda de homens da Guarda Municipal no interior do Palácio Pedro Ernesto, foi quem combateu a tentativa de invasão e incêndio por parte dos mascarados.

Veja início do protesto de professores ainda pacífico no Rio
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A sala de cerimonial e o gabinete da coordenadoria militar de segurança foram os locais mais atingidos. Ao caminhar pelo interior do edifício, era possível observar muitas pedras portuguesas arremessadas pelos vândalos, extintores utilizados para combater os focos de incêndio. Diversas janelas foram danificadas e era possível observar muito vidro quebrado no chão. Alguns mascarados arremessaram tênis embebidos em material inflamável como forma de atingir o interior da Casa – além dos próprios coquetéis molotov em garrafas de vidro.

De acordo com o presidente Jorge Felippe, ainda não é possível determinar o prejuízo real causado pelos manifestantes até que seja concluída a perícia por parte da Polícia Civil e do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) que está sendo realizada desde a manhã desta terça-feira. Em razão disso, o expediente da Casa foi cancelado. 

Plano de carreira motiva protestos

Enviado pelo prefeito Eduardo Paes à Câmara de Vereadores no dia 17 de setembro e aprovado no dia 1º de outubro o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações prevê mudanças na remuneração e nos cargos dos professores, o que provocou uma série de protestos. Veja as principais polêmicas em torno das propostas.

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Proposta da prefeitura do Rio O que diz o sindicato dos professores
Reajuste de 8% para professores em 2013, além dos 6,75% já concedidos este ano; A categoria diz que o reajuste não é suficiente e que as propostas beneficiam menos de 10% dos professores;
Equiparação do valor recebido por hora de aula para os professores de nível I (6º ao 9º ano do ensino fundamental) e II (1º ao 5º ano), incluindo os inativos. Hoje um professor do nível I ganha mais que o do nível II. A equiparação proposta será feita ao longo de cinco anos; O Sepe diz que a equiparação dos professores de nível I e II acaba extinguindo essas carreiras e cria a função de um professor polivalente para o ensino fundamental (que dará aula para todas as matérias);
Os professores com carga horária menor, ou com diferentes matrículas, poderão optar por uma jornada de 40 horas semanais. Segundo a prefeitura, mesmo com a migração será possível manter outra matrícula na rede; O sindicato sustenta que o professor terá de se demitir de uma das matrículas para assumir a jornada de 40 horas e que quem não migrar para o novo modelo terá seus benefícios reduzidos;
O objetivo da jornada de 40 horas, segundo a prefeitura, é ampliar é aumentar o número de escolas de tempo integral, que vão oferecer um total de nove horas de aula por dia; A categoria argumenta que o horário integral não está sendo ampliado e que as escolas não tem estrutura para receber os alunos o dia inteiro;
A prefeitura diz que discutiu o plano em diversas reuniões com a categoria antes da aprovação pelos vereadores e que não vai desistir das mudanças. O Sepe quer que a prefeitura revogue o plano e discuta outra proposta.

 

Fonte: Terra
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