O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai destinar R$ 5,5 bilhões para as universidades federais brasileiras e hospitais universitários. O investimento faz parte do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) lançado nesta segunda-feira, 10. O anúncio ocorre em meio à greve nas universidades federais no País.
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O programa vai contemplar a construção de dez novos campis das universidades federais brasileiras, em todas as cinco regiões do País, e a melhorias na infraestrutura das 69 universidades federais. Além disso, serão repassados recursos a 31 hospitais universitários da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), sendo oito novos.
Os novos campis serão em São Gabriel da Cachoeira (AM), Rurópolis (PA), Baturité (CE), Sertânia (PE), Estância (SE), Jequié (BA), Cidade Ocidental (GO), Ipatinga (MG), São José do Rio Preto (SP) e Caxias do Sul (RS). A ampliação vai resultar em 28 mil novas vagas para estudantes de graduação. Ao todo, os campis oferecerão seis cursos, cada, para 2.800 estudantes. Para isso, serão contratados 388 servidores por unidade.
Novos hospitais
Os oito novos hospitais serão construídos. As são unidades ligadas às universidades federais de Pelotas (RS), Juiz de Fora e Lavras (MG), Acre, Roraima, Rio de Janeiro, São Paulo e Cariri (CE). Ao todo, o valor de investimos é R$ 1,75 bilhão.
Permanência dos alunos
O MEC também anunciou a ampliação do Programa Bolsa Permanência (PBP) em 5.600 novas vagas, por meio de um aporte de mais R$ 35 milhões, o que deixa o programa com um orçamento de R$ 233 milhões — um aumento de 135% em relação a 2022, e de quase 60% em relação a 2023. Com isso, todos os estudantes indígenas e quilombolas de universidades e institutos federais passarão a ser atendidos pelo programa. Atualmente, cerca de 13 mil alunos neste perfil fazem parte do PBP. A partir deste ano, a cobertura ultrapassará 18 mil beneficiários. O valor da bolsa para esse grupo de estudantes é de R$1.400,00, desde 2023.
Greve nas federais
Durante o evento sobre o anúncio dos investimentos, Lula reconheceu a legitimidade da greve, mas questionou a duração do protesto, afirmando que a capacidade de negociar é fundamental, assim como a garantida da educação aos alunos.
"A greve tem um tempo para começar e tempo para terminar. A única coisa que não se pode permitir é que uma greve termine por inanição. [..] Então, o dirigente sindical tem que ter coragem de propor, de negociar, mas ele tem que ter coragem de tomar decisões que muitas vezes não é o tudo ou não que ele pregou. Eu sou um dirigente sindical que nasceu no ou tudo, ou nada [...] muitas vezes eu fiquei com nada. Acho que, nesse caso da educação, se vocês analisarem no conjunto da obra que não há muita razão para essa greve durar o tempo que está durando. Quem está perdendo são os estudantes brasileiros", disse Lula.
Os servidores das universidades e institutos federais, estão em greve há quase dois meses. Uma nova rodada de negociações para os servidores de cargos técnicos- administrativos deve ocorrer amanhã, 11. Os professores pleiteiam aumento salarial de 22%.