Um professor de história da rede estadual de ensino de Santa Catarina foi filmado por alunos elogiando o ditador alemão Adolf Hitler durante uma aula nesta terça-feira, 14, em Imbituba, no interior do Estado (veja acima). O educador já é investigado desde novembro do ano passado pela Polícia Civil.
O docente chegou a ser afastado do cargo em novembro de 2022 por 60 dias, após elogiar, por meio de conversas via WhatsApp, o regime alemão que causou o genocídio durante a Segunda Guerra Mundial. Na ocasião, o homem afirmou que “Hitler foi melhor que Jesus” e que "queria colocar eleitores do PT em uma câmara de gás".
O deputado estadual do Rio Grande do Sul, Leonel Radde compartilhou o vídeo do episódio desta terça em seu perfil e exigiu providências. "Absurdo! Os neonazistas não têm mais vergonha. O criminoso já havia sido afastado por apologia ao nazismo. Exigimos providências! Não passarão", escreveu o político.
No vídeo, um aluno questiona: "O professor chega a apoiar o que ele [Adolf Hitler] fez?". O professor então responde: "sim, claro" e depois acrescenta que tem "uma admiração por Hitler".
Em nota enviada ao Terra, a Secretaria de Estado da Educação (SED), por meio da Coordenadoria Regional de Laguna, informa que, assim que tomou conhecimento da conduta do professor na manhã desta terça, começou a tomar todas as medidas cabíveis, visto que existe um processo em andamento. A SED informa também que irá tomar todas as providências dentro da legalidade.
O delegado Juliano Baesso afirmou que já existe um inquérito policial instaurado na Delegacia de Imbituba contra o professor, que investiga os delitos de apologia ao crime, previsto no código 287 do Código Penal, e de apologia do nazismo, que se enquadra na Lei 7.716/1989.
"Esse inquérito foi instaurado no final do ano de 2022, mais precisamente após o resultado do 2º turno das eleições presidenciais", explicou a autoridade policial ao Terra.
De acordo com o delegado, ano passado, após o recebimento da denúncia, instauração de inquérito e oitiva do testemunhas, ele representou ao Poder Judiciário pelo afastamento preventivo do professor de seu cargo. O pedido foi deferido pela Justiça.
"Porém, [o Poder Judiciário] afastou ele do cargo por determinado prazo e provavelmente agora em fevereiro venceu esses dias e, por isso, ele voltou a ministrar as aulas. Também em novembro de 2022 eu representei por mandado de busca e apreensão na residência dele. O mandado foi cumprido e apreendemos computadores e celulares", diz.
Em um dos aparelhos telefônicos, a polícia encontrou as mensagens de apologia ao nazismo que haviam sido escritas pelo professor e constavam na denúncia. Após o episódio de terça-feira, a Polícia Civil também anexou no inquérito o vídeo das falas do educador. O inquérito policial está em fase de conclusão.