Professores da rede estadual do Rio e da rede municipal da capital fluminense farão uma paralisação de 24 horas nesta quarta-feira, para reivindicar melhorias trabalhistas. Nesta quarta-feira, eles farão uma assembleia às 14h para decidir se vão entrar em greve.
Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), professores municipais do Rio e estaduais reivindicam aumento salarial de 20%. Além disso, pedem que as redes cumpram legislação federal que determina que um terço da carga horária dos professores seja cumprido fora de sala de aula, para a preparação das aulas. O Sepe quer também que a política salarial e a concessão de gratificações não seja determinada pelo critério da meritocracia, e seja decidida de forma linear, para todos os profissionais, sem vinculação com o resultado de cada um.
O Sepe não informou a expectativa de adesão à paralisação de 24 horas. Na rede estadual do Rio há cerca de 75 mil professores e 900 mil alunos, e na rede municipal da capital, 42 mil professores e 530 mil alunos.
De acordo com o Sepe, professores municipais da cidade de Duque de Caxias já iniciaram nesta terça-feira uma "greve de advertência", por 72 horas. Em outras cidades do Estado, professores municipais também estão discutindo se entram em greve.
A Secretaria Municipal de Educação do Rio informou que vem acompanhando e apoiando o Grupo de Trabalho formado para discutir questões relacionadas ao um terço da jornada de trabalho para o planejamento. O Sepe, no entanto, afirma que as discussões do Grupo não estão avançando. A secretaria municipal disse que "está atenta às solicitações dos professores e segue atuando em conjunto para melhor atender às reivindicações". A secretaria agendou para a segunda semana de maio uma audiência com o sindicato.
Já o governo do Estado propôs aumento salarial de 8%, mas que ainda tem que ser aprovado na Assembleia Legislativa do Rio. A Secretaria Estadual de Educação lamentou a possibilidade de greve ou paralisação, pois entende que essas atitudes prejudicam os alunos. "O secretário reuniu-se nessa terça-feira (29/04) com o Sepe e informou aos sindicalistas que haverá reajuste com aumento real este ano", disse a secretaria.
O governo do Estado afirma que quase todos os professores da rede já têm um terço da carga horária destinada a atividades fora de sala de aula, de planejamento, já que hora-aula tem 50 minutos e não 60 minutos. No entanto, a secretaria estadual de Educação afirma que apenas cerca de mil professores do Ensino Fundamental do 1 ao 5 ano não estão abrangidos pela regra. A secretaria afirma que propôs pagar a esses profissionais um complemento salarial.