Os trabalhadores em educação de 15 Estados e das redes municiapis de pelo menos seis cidades paralisaram as atividades nesta quinta-feira para reivindicar melhorias no ensino, nas condições de trabalho e na infraestrutura das escolas, além de uma maior valorização. A greve foi convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e faz parte da 16ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que ocorre até amanhã e é promovida pela entidade.
"Infelizmente, a educação pública não está sendo tratada como deve", diz o presidente da confederação, Roberto Leão, "Escola pública não é algo que diz respeito aos trabalhadores apenas, é da sociedade, e a sociedade percisa se levantar e defender essa educação, cobrar políticas dos Estados e municípios".
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De acordo com Leão, as redes estaduais de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maran
hão, Rio Grande do Norte, Rondônia e Piauí somaram-se às redes já em greve de Paraíba, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Pará. Em relação às redes municipais, aderiram ao movimento as redes de Maceió (AL), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Santo Antônio de Leverger, Barão de Melgaço e Pedra Preta (MT). Os dados municipais ainda estão sendo consolidados, e o número pode subir.
Entre as reivindicações dos trabalhadores estão o cumprimento do piso salarial do magistério, que é R$ 1.917,78 para uma jornada de 40 horas e formação de nível médio; dos planos de carreira; e das metas e prazos do Plano Nactambém ional de Educação (PNE). Os professores ainda pedem equiparação à média salarial de outras categorias do funcionalismo público e protestam contra a terceirização.
Para a confederação, o Brasil precisa aumentar os investimentos educacionais na proporção de 10% do PIB, ao longo da próxima década – tal como prevê o PNE. Para isso, pede a imediata vinculação de novos recursos para a área, além dos royalties do petróleo.
A Confederação considera que as medidas provisórias 664 e 665 dificultam o acesso ao seguro desemprego, ao abono salarial, ao auxílio doença e às pensões por morte e representam sério retrocesso para os trabalhadores. A confederação também repudia o PL (projeto de lei) 4330/2004, que visa a instituir a terceirização ilimitada nas empresas privadas. Para a confederação, se for aprovado, o PL poderá trazer consequências graves para os trabalhadores de todo o País.
Os docentes também se solidarizaram aos professores do Paraná. "O dia se tornou um dia de manifestação de repúdio à atitude covarde do governador Beto Richa, que ontem agrediu, massacrou os trabalhadores de educação em Curitiba", diz Leão.