Em greve desde o dia 7 deste mês, os professores da rede estadual e municipais de ensino do Paraná ainda estão acampados no Centro Cívico de Curitiba, que fica perto da sede do governo do estado e da Assembleia Legislativa (Alep). Segundo, Hermes Leão, presidente Sindicato dos Professores das Redes Públicas Estadual e Municipais do Paraná (APP-Sindicato), a categoria cobra do governo aumento dos salários, o pagamento das remunerações atrasadas e a retomada das negociações sobre os temas educacionais e a organização escolar.
Os professores estavam entre o grupo de servidores que ocupou o prédio da Alep em protesto contra a votação de uma série de medidas de contenção de gastos anunciadas pelo governo. Os manifestantes deixaram o local depois que o governo do Paraná anunciou a retirada “para reexame” dos projetos “em função dos lamentáveis acontecimentos que culminaram com a invasão dos prédios do Poder Legislativo, para preservar a segurança e a integridade física de deputados e servidores públicos”.
As propostas de redução de gastos do governo estadual, enviadas à Alep, incluíam a mudança da previdência dos servidores públicos, a redução do anuênio e mudanças no plano de carreira dos professores, entre outras medidas.
A Secretaria de Educação do estado diz que, nos últimos quatro anos, os professores receberam 60% de reajuste salarial e ampliação de 75% na hora-atividade, além de em 2014 os investimentos no setor superaram em R$ 1,8 bilhão, o mínimo constitucional, e o estado aplicou no setor 35% do orçamento.
O governador Beto Richa classificou a manifestação como “absurda e violenta”. “Um grupo de baderneiros, infiltrado no movimento dos professores, impôs uma mordaça ao Poder Legislativo, impedindo temporariamente o seu funcionamento. É lamentável que a democracia, pela qual tanto lutamos, seja ameaçada por atos violentos como os que assistimos no dia de hoje”, disse.