Qual é o nível de aprendizagem dos docentes em tecnologia e internet

Estudo com docentes de escolas públicas sobre adoção de tecnologia identifica baixa qualificação de habilidades digitais em profissionais

27 mai 2023 - 05h00
Foram analisados quatro critérios para a adoção digital nas instituições de ensino estaduais e municipais
Foram analisados quatro critérios para a adoção digital nas instituições de ensino estaduais e municipais
Foto: iStock

Em uma escala de letramento digital para fins pedagógicos - sendo 1 o nível mais baixo e 5 o mais alto -, professores brasileiros se identificam com o nível 2, é o que aponta o relatório ‘Diagnóstico do Nível de Adoção de Tecnologia nas Escolas Públicas Brasileiras (2022)’, realizado pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), a partir do Guia Edutec, ferramenta online e gratuita que mediu as competências digitais de docentes de 104.219 mil escolas participantes.

Embora a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da Educação Infantil e do Ensino Fundamental estabeleça a obrigatoriedade de se trabalhar as habilidades digitais na grade escolar desde 2018, os docentes não estão não se sentem preparados para o uso de ferramentas digitais em salas de aulas.

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Foram analisados quatro critérios para a adoção digital nas instituições de ensino estaduais e municipais, são eles:

• Visão de como os integrantes escolares enxergam as tecnologias e seus impactos nos processos de ensino, de aprendizagem e na gestão, 

• Competência, isto é, a capacidade dos atores escolares de utilizarem tecnologias digitais nos processos e oferta de formação sobre o assunto,

• Incorporação de recursos educacionais digitais (RED), ou seja, conteúdos, ferramentas e/ou plataformas em formato digital para fins educacionais (pedagógicos e/ou administrativos), que facilitam, potencializam e apoiam as atividades de docentes, estudantes e gestores/as na rotina escolar;

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• Infraestrutura que trata da disponibilidade de computadores, equipamentos, acesso e a qualidade da conexão de internet, além da segurança desses dispositivos. O peso de cada categoria foi: 1 para emergente, 2 para básico, 3 intermediário e 4 avançado.

O diagnóstico revela ainda que a maioria das escolas públicas brasileiras ocupa o nível básico nas dimensões de visão, competência e recursos educacionais digitais (RED), e emergente no quesito infraestrutura. 

“É preciso que a questão seja tratada de fato como um instrumento tão importante e relevante no processo educacional quanto os livros, garantidos pela PNLD", afirma o presidente da Undime e Dirigente Municipal de Educação de Sud Mennucci/ SP, Luiz Miguel Martins Garcia.

Pontos a melhorar

Segundo diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), os professores precisam desenvolver até o final do Ensino Fundamental os seguintes aspectos:

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• A capacidade de usar ferramentas multimídia e periféricos para aprender e produzir; 

• Utilizar recursos tecnológicos para desenhar, desenvolver, publicar e apresentar produtos (como páginas de web, aplicativos móveis e animações, por exemplo) para demonstrar conhecimentos e resolver problemas;

• Usar linguagens de programação para solucionar problemas; compreensão e escrita de algoritmos e avaliação de vantagens e desvantagens de diferentes algoritmos;

• Utilização de classes, métodos, funções e parâmetros para dividir e resolver problemas;

• Visualização e análise de dados e compreensão do impacto das tecnologias na vida das pessoas e na sociedade, incluindo nas relações sociais.

Para Garcia, essas metas só serão possíveis a partir do avanço das políticas e de garantia de conectividade para que se possa dialogar e promover práticas de uso da tecnologia de uma forma ampla, e não gerando mais distanciamento daquele que domina ferramentas tecnológicas com aquele que não domina. 

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No que diz respeito aos valores destinados ao incentivo a tecnologia nas redes de ensino do País, o presidente da Undime acendeu um alerta sobre a aquisição de dispositivos digitais. “É fundamental que a gente tenha em nível nacional um programa de inovação, educação continuada com a robustez que o país exige e não seja um investimento ridículo e medíocre de 300 milhões por ano - quando nós dividimos isso para um universo de 180 mil escolas públicas, nos estamos falando em menos de R$ 2 mil de investimento ano. Isso é uma grande piada de mau gosto, é zombar com a realidade do que é investimento em tecnologia”, acrescenta.

Fonte: Redação Terra
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