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Quando é o momento da criança ou adolescente fazer intercâmbio?

Especialistas explicam os fatores importantes a serem considerados e qual o melhor momento para proporcionar essa vivência internacional

2 jun 2024 - 05h00
Crianças lendo livro
Crianças lendo livro
Foto: Getty Images

Quando se trata de intercâmbio para crianças, há muitas dúvidas sobre a idade ideal e as condições necessárias para garantir uma experiência enriquecedora e segura. Por exemplo, é melhor a criança viajar sozinha ou acompanhada? Ou então o ideal é que crianças não façam intercâmbio? 

Especialistas ouvidos pelo Terra evitam determinar uma idade ideal para que crianças possam viver essa experiência. Junior Azadinho, head de vendas da STB, por exemplo, avalia que crianças a partir de 4 anos já podem participar de programasa de intercâmbio. No entanto, o destino, a escola e a idade determinam as condições da viagem. 

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"Entendemos que, de acordo com a idade, a compreensão e experiência podem mudar, mas é inegável o benefício de um programa de intercâmbio em toda a jornada do aluno. É importante ressaltar que as aulas têm uma abordagem que acompanha o processo de amadurecimento do estudante, recebendo o suporte adequado para o desenvolvimento linguístico e interpessoal", explica.

Azadinho acrescenta que a melhor idade para uma criança fazer intercâmbio depende do objetivo da família em relação ao desenvolvimento do filho. Algumas optam por incentivar a autonomia desde cedo, permitindo que a criança tenha uma experiência sozinha; já outras preferem um programa acompanhado, para só depois considerar um intercâmbio de férias ou até mesmo de ensino médio no exterior.

Ele lista algumas opções: 

  • Programa em família: Ideal para crianças que viajam acompanhadas de pelo menos um responsável. Neste formato, tanto a criança quanto o adulto podem vivenciar a experiência no exterior. As crianças são agrupadas conforme sua idade, enquanto os adultos são organizados pelo nível de conhecimento do idioma;
  • Intercâmbio individual: Em alguns casos, as instituições aceitam a matrícula apenas da criança, mas é imprescindível que haja um responsável para levar e buscar diariamente. Esses cursos podem ter duração de uma a cinco semanas, com até quatro horas de aula diárias, sendo uma excelente opção para as férias escolares.
  • Day Camps: Recomendados para crianças a partir de 6 anos. Nessa modalidade, a criança passa o dia na escola estudando e participando de atividades, mas é preciso que os responsáveis façam o transporte diário.

Benefícios mesmo para as crianças?

De acordo com Junior Azadinho, além do desenvolvimento individual, o intercâmbio na infância estimula a prática do idioma, independência e sociabilidade. Isso porque durante o programa, as crianças têm a oportunidade de desenvolver autonomia e habilidades interpessoais, interagindo com alunos de diferentes partes do mundo.

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"No caso dos programas para crianças com menos de 12 anos, é necessário que um responsável esteja no destino para acompanhar a criança durante todo o intercâmbio, mas dentro da escola, eles contam com a companhia e supervisão de professores e monitores especializados em 100% do tempo", afirma.

Apesar dos benefícios apontados, a professora Gabrielle Oliveira, que dá aula de Educação e Estudos Brasileiros na Universidade de Harvard, afirma que intercâmbios são mais apropriados para adolescentes. O motivo? A experiência implica vivência mais independente, o que não se aplica a crianças. 

"Se os pais acompanham, eu não chamaria isso de intercâmbio, mas sim de uma vivência temporária no exterior. O verdadeiro intercâmbio é mais focado em adolescentes e jovens adultos, incluindo aqueles que estão na universidade", afirma.

Segundo Gabrielle, a melhor idade para um intercâmbio é durante a adolescência, entre 15 e 22 anos. A partir dos 15 anos, os adolescentes têm maior capacidade de aproveitar a experiência, já que são mais independentes e se comunicam melhor, habilidades essenciais para lidar com os desafios e as oportunidades que surgem durante a vivência internacional.

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Essa fase da vida também é ideal para o desenvolvimento pessoal e acadêmico. 

"Passar seis meses ou um ano fora, seja durante o ensino médio ou na universidade, oferece uma oportunidade única para crescer em termos de independência e responsabilidade", acrescenta. "Viver em um novo país força o jovem a desenvolver empatia e independência. Eles precisam fazer amigos, ir bem nas aulas, pedir ajuda e entender a nova cultura, o que promove um crescimento pessoal significativo". 

Os melhores destinos

Embora discordem quanto à idade ideal para o intercâmbio, os especialistas ouvidos pelo Terra concordam que os melhores países para a experiência são aqueles de língua inglesa. Canadá, Estados Unidos, Austrália, Inglaterra e Nova Zelândia são alguns deles. Além deles, Suíça e Espanha também se destacam por sua qualidade de vida. 

Gabrielle explica que esses países têm uma longa tradição de intercâmbio e possuem agências especializadas. Além disso, a língua é um fator crucial, com muitos estudantes brasileiros buscando melhorar seu inglês.

Para ela, importante mesmo é escolher bem o programa de intercâmbio.

"É fundamental que os pais pesquisem a história e a reputação das agências, verificando há quanto tempo elas atuam e como são os relacionamentos com as famílias anfitriãs", diz ela, ao alertar que nem sempre a experiência será perfeita. "Existem casos de estudantes que não se adaptam bem à família anfitriã ou à escola. Nesses casos, é essencial que a agência ofereça suporte para resolver qualquer problema".

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A especialista também enfatiza que os pais devem conhecer bem seus filhos antes de decidir pelo intercâmbio. Segundo ela, nem todos os adolescentes estão prontos para essa experiência. Alguns, por exemplo, podem precisar de mais tempo para desenvolver autoconfiança e outras habilidades antes de embarcarem nessa jornada.

Para garantir uma boa experiência, Gabrielle recomenda falar com ex-participantes de programas de intercâmbio.

"Mais do que um site bonito, é importante ouvir relatos de quem já participou. Isso dá uma visão realista do que esperar e ajuda na escolha da melhor agência", afirma.

Fonte: Redação Terra
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