A Fundação Getulio Vargas (FGV) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) são as únicas instituições de ensino brasileiras a figurar na lista dos melhores locais para a formação de diretores executivos. O ranking inédito, divulgado pela primeira vez nesta quinta-feira, aponta as principais universidades e escolas superiores pelas quais passaram líderes de empresas globais. A lista é dominada pelos Estados Unidos, mas o Brasil é o único país da América Latina com representantes no top 100. O ranking Alma Mater Index: Global Executives utilizou a classificação das 500 maiores corporações elaborada anualmente pela revista Fortune como referência.
Brasil é o único país latino-americano em ranking de formação de líderes; confira lista
O topo do ranking ficou com a Universidade Harvard, presença constante no primeiro lugar desse tipo de lista: 25 dos CEOs das maiores empresas do mundo em 2013 têm pelo menos um título obtido lá. De acordo com a Times Higher Education (THE), responsável pelo ranking, os formados em Harvard são responsáveis por administrar receitas acima de US$ 1,5 bilhões. Também recebe destaque a Universidade de Tóquio, por onde passaram 13 desses líderes. Entre as brasileiras, a FGV ficou em 35º lugar e a UFRJ, em 62º. Para fazer a classificação, foram avaliados três critérios: o número de diplomas obtidos pelos executivos, a quantidade de CEOs graduados na instituição e a receita total das companhias dirigidas por eles.
Essa classificação não inclui apenas a graduação, mas também - e principalmente - a pós-graduação obtida pelos executivos. A maior parte dos CEOs listados tem um título universitário, porém com frequência mestrado, doutorado ou MBA são mais importantes do que a formação superior básica para esses empresários. Entre os 499 diretores executivos listados, 113 têm Mestrado em Administração de Negócios e 53 contam com doutorado. Para a THE, na elaboração desse ranking, o prestígio de uma universidade bem posicionada não raro coincide com a quantidade de títulos de pós-graduação laureados.
Brasil no ranking
O Brasil aparece bem posicionado no ranking, à frente de gigantes como as universidade de Princeton e Michigan, nos Estados Unidos, e Cambridge, no Reino Unido. No top 40 está a FGV, com três executivos formados entre os 500 selecionados pela Fortune. A UFRJ completa a lista de brasileiras. Representado com duas escolas, o País empata com Suíça, Holanda e África do Sul e tem mais menções que Austrália, Bélgica, Espanha e Índia. Entre os países do Bric (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China), apenas a Rússia não consta no top 100.
Para o pró-reitor da FGV, o reconhecimento da escola como primeira brasileira no ranking é fruto da mistura entre o conhecimento acadêmico e a aplicação de atividades práticas. "Isso possivelmente tenha sido um fator de destaque", afirmou ao Terra Antonio Freitas, que coordena a integração acadêmica na Fundação. "Nós esperamos que os alunos no futuro vão dirigir empresas, instituições globais e nacionais", garantiu o pró-reitor, revelando um desejo refletido pelo ranking. "A Fundação tem uma área de projetos bastante ativa, e com eles você desenvolve conhecimento prático acerca dos problemas do Brasil", acrescenta.
"Apesar de estarmos bem, nós não descansamos, continuamente tentamos melhorar - porque sempre tem onde melhorar", disse Freitas. "Nós sempre achamos que fazemos um bom trabalho, mas isso vem como uma surpresa, e uma surpresa muito alegre. É uma grande alegria e uma honra."
O ranking da alma mater dos principais CEOs do mundo foi divulgado pela Times Higher Education. Apenas Estados Unidos (com 38 escolas) e China (com 15) têm mais de 10 instituições na lista, que engloba 17 países. Japão e França também ocupam posições de destaque: os japoneses ficaram no terceiro lugar, com nove universidades, enquanto a França conta com oito, sendo três delas presentes no top 10.
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