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Redação do Enem: os erros mais cometidos na competência 2

Já pensou que você pode estar usando o repertório apenas de "enfeite" no texto? Aprenda a não cometer mais este erro!

30 jan 2023 - 18h27

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Foto: Karolina Monte/Guia do Estudante / Guia do Estudante

Eis a competência que pode zerar a redação do Enem mais facilmente! Mas antes, um momento: para entender os erros mais comuns na competência 2, é preciso relembrar primeiro o que ela avalia :

  • desenvolvimento do tema com uma excelente argumentação;
  • uso de repertório sociocultural realmente útil;
  • domínio da estrutura da dissertação argumentativa

É pouco? Pode até parecer, m as os candidatos cometem erros de todo tipo dentro desses critérios. Neste texto, selecionamos trechos de redações do Manual dos Corretores que provam isso. 

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1. Tangenciamento do tema da redação

Já ouviu falar em "fugir" do tema da redação? Não é tão comum que o candidato fuja completamente do que está sendo proposto, escrevendo uma redação sobre internet, por exemplo, quando o tema é imigração. Mas o tangenciamento do tema, que nada mais é do que uma fuga parcial, ocorre com muita gente.

É o que fez este candidato em 2018, quando o tema da redação do Enem era a manipulação dos usuários na internet:

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Foto: Inep/Divulgação / Guia do Estudante

A redação não vai a fundo no que interessa, a manipulação dos usuários na internet, e desvia para assuntos correlatos, como os outros prejuízos do ambiente digital e até suas funcionalidades. 

Isso acontece muito com quem tem dificuldade para ler e entender o que leu - ou seja, para interpretar o tema!

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Veja um outro exemplo:

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Foto: Inep/Reprodução / Guia do Estudante

O candidato perdeu o foco e não menciona a manipulação do comportamento do usuário, parte central do tema. 

2. Desvio do tipo textual pedido pelo Enem

Uma informação básica que você precisa saber sobre a redação do Enem é que ela sempre exigirá um texto dissertativo-argumentativo . Aqui você pode entender melhor como esse gênero funciona , e aqui te ensinamos como planejar sua redação . 

É na competência 3 que o Enem avalia como você desenvolveu sua dissertação argumentativa: se seguiu a estrutura correta, adotou a linguagem indicada e todas as outras formalidades. Mas é na competência 2 que ele verifica se você sequer desenvolveu o tema dentro desse gênero, e não escreveu uma carta ou uma crônica, por exemplo. 

Muitos candidatos acabam misturando outros tipos textuais no meio da redação e, em alguns casos, isso pode prejudicar a nota. Foi o caso desta redação que encontramos na cartilha dos corretores do Enem: 

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Foto: Inep/Divulgação / Guia do Estudante

Notou extensos trechos narrativos nesta redação destacados em vermelho? O candidato perderia pontos na competência 2, ainda que dê para notar uma predominância da argumentação . Por isso, nunca esqueça: é importante que você se atenha ao tipo textual pedido pelo exame. 

3. Desenvolvimento insuficiente da redação

Sim, parágrafos que não são aprofundados ou detalhados o suficiente são considerados um erro para os corretores do Enem . Eles o chamam de partes embrionárias, que são encontradas, principalmente, na argumentação. 

Veja: não se trata do tamanho do parágrafo visualmente, já que muitas pessoas tem uma letra pequena. O erro aqui é não desenvolver com a profundidade necessária o argumento. 

A redação abaixo tem duas partes embrionárias:

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Foto: Inep/Divulgação / Guia do Estudante

Os corretores do Enem avisam: tenha certeza de que seus parágrafos não deixam dúvidas para o leitor.

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4. Os erros de repertório na redação do Enem

Saber mobilizar bem os repertórios na redação do Enem não é simples. Tanto é que neste ponto os candidatos podem cometer diversos erros diferentes! Observe estes três principais.

Repertório improdutivo

Observe o trecho deste redação:

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Foto: Inep/Divulgação / Guia do Estudante

O candidato citou o conceito de menoridade de Immanuel Kant, que pertence à filosofia e, portanto, é legitimado. Trata-se de uma citação que também tem a ver com o tema, que discutia a manipulação do comportamento. Pontos para ele!

Acontece que no restante do parágrafo e do texto esse candidato não tocou mais no conceito da menoridade de Kant! Portanto não há uso produtivo dele. É como se o repertório não tivesse uso argumentativo e fosse apenas um enfeite.

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Quer ver outro caso com o mesmo erro? 

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Foto: Inep/Divulgação / Guia do Estudante

Este candidato caprichou não só citando a obra do português José Saramago, como resumindo-a logo no início da redação.  

Mas foi só isso... a obra não foi mais utilizada no decorrer do texto e nem relacionada em mais profundidade com o tema. Tudo isso é o que os corretores chamam de repertório improdutivo. 

Repertório não legitimado

Os candidatos usados de exemplo no tópico anterior podem até não ter dado um uso produtivo para seus repertórios, citando-os muito superficialmente. Mas recorrer a Kant ou Saramago na hora da redação é um argumento para lá de legitimado: trata-se de pessoas que foram referência em suas áreas de atuação e estudo e cujo pensamento é considerado sólido.

O contrário disso é quando um candidato recorre a uma fonte que não é confiável - ou sequer menciona a fonte. Veja a marcação no final da introdução desta redação:

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Foto: Inep/Divulgação / Guia do Estudante

Alguns pontinhos o candidato vai ganhar, mas esse tipo de repertório sem uma "garantia" maior não conquista a nota máxima.

Já aqueles que não conseguem mobilizar um repertório próprio acabam utilizando trechos dos textos de apoio. Isso também é repertório não legitimado!

competência 2 redação do enem
Foto: Inep/Divulgação / Guia do Estudante

Isso não resulta na perda total dos pontos de repertório, entretanto a pontuação máxima também não vem.

Repertório que não pertencente ao tema

E quando o repertório simplesmente não tem a ver com o tema? Veja as linhas finais da conclusão deste exemplo:

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Foto: Inep/Divulgação / Guia do Estudante

O candidato lembrou-se de uma frase de Platão, que pertence a uma área do conhecimento, sem dúvida, porém... o que a frase desse ilustre nome da filosofia tem a ver com o tema? Nada .

Não tem a ver com a internet, com manipulação de comportamento e muito menos com controle de dados.

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É uma boa hora para lembrar o que vale como repertório sociocultural no Enem:

  • Informações e dados;
  • Citações;
  • Experiências que o próprio candidato tenha vivido .

Tudo isso desde que o repertório tenha a ver com o tema e ajude o leitor a entender sua argumentação. O jeito é praticar e aperfeiçoar cada vez mais seu repertório!

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