Em greve há quase dois meses, os servidores da rede municipal de educação de São Gonçalo, região metropolitana do Rio, querem abrir um canal de negociação com o governo para por fim ao movimento. A categoria reivindica melhores condições de trabalho, além de um terço da carga horária para o planejamento de aulas, 30% de aumento salarial, eleição direta para cargos de direção nas escolas, que atualmente são preenchidos por indicação e pagamento integral do vale transporte.
De acordo com a professora Maria da Fonseca, a categoria está pedindo menos da metade do reajuste salarial prometido pelo prefeito de São Gonçalo, Neilton Mulim. "Foi prometido 68% de aumento imediato aos professores. Isso está filmado, fotografado e assinado pelo prefeito. Nós estamos pedindo apenas 30% de reajuste. Bem menos do que ele prometeu", disse a servidora municipal.
A Secretaria municipal de Educação informou, em nota, que está buscando, juntamente com a prefeitura da cidade, soluções para que as reivindicações dos professores sejam atendidas e a greve cessada. "Os profissionais da Educação terão um reajuste salarial de 24% nos próximos dois anos. Recentemente, outro reajuste de 7% foi aprovado pela Câmara dos Vereadores, no dia 7 de maio de 2014. Dessa forma, chegamos a um total de 19% de reajustes salariais no período 2013/2014".
Para chamar a atenção das autoridades, cerca de 200 servidotres da educação fizeram uma manifestação em frente a prefeitura na tarde desta quinta. Os manifestantes estavam vestidos de preto em sinal de luto e carregavam faixas e cartazes e usaram um carro de som para apresentar as reivindicações da categoria. A greve dos prefessores municipais de São Gonçalo completa dois meses na próxima segunda-feira.
Professores das redes municipal e estadual de ensino fizeram assembleia ontem, no Clube Hebraica, em Laranjeiras, zona sul do Rio, para definir os rumos da greve.