Professores das redes municipal e estadual do Rio de Janeiro decidiram nesta quarta-feira entrar em greve a partir da próxima segunda-feira por melhorias trabalhistas. Em assembleia bastante tumultuada e dividida, que durou mais de quatro horas, organizada pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ), eles votaram por cruzar os braços por tempo indeterminado.
Os professores decidiram que a greve começará apenas na segunda-feira para terem tempo de percorrer as escolas e mobilizarem os colegas, para respeitarem o prazo legal de três dias de antecedência de aviso ao governo para o início da paralisação e evitar multas na Justiça, e também para que o início da greve fosse o mesmo que em outros municípios.
"Entendemos que existem profissionais a serem convencidos ainda e nesses dias até o início da greve, vamos percorrer as escolas para que a greve comece forte na segunda-feira. As negociações com a prefeitura e o governo estão muito devagar. A prefeitura não apresentou nenhum índice de reajuste até agora", disse Alex Trentino, coordenador geral do Sepe.
Durante a assembleia, alguns professores chegaram a propor que os docentes estaduais não entrassem em greve junto com os da rede municipal da capital, e admitiram que na rede estadual eles estão menos mobilizados que no ano passado.
Em nota, a secretaria estadual de Educação lamentou a greve "inoportuna". O governo também lembrou que o secretário de Estado de Educação, Wilson Risolia, recebeu representantes da União dos Professores Públicos do Estado (Uppes) e do Sepe que compõem o Grupo de Trabalho formado a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) para dar continuidade aos debates sobre as principais reivindicações iniciadas em 2013. "Os maiores prejudicados com a greve serão os alunos da rede pública", disse a secretaria estadual.
No dia 15 de maio, às 11h, o Sepe promoverá outra assembleia de professores, que devem fazer um ato público no mesmo dia. No dia seguinte, dia 16, eles têm audiência marcada com a prefeitura do Rio para falar de propostas.
O Sepe acredita que cerca de 50% dos professores estaduais e municipais tenham aderido à paralisação pré-assembleia convocada nesta quarta-feira. De acordo com as secretarias de Educação do Estado e do município do Rio, todavia, a situação nas escolas era considerada normal.