Em busca de explicar como as espécies evoluíram com o passar dos anos, o naturalista britânico Charles Darwin (1809-1883) estudou e investigou por 20 anos o que, posteriormente, ele chamaria de seleção natural. Em 1831, Darwin estudava na Universidade de Cambridge, quando foi convidado para integrar uma expedição em mar aberto.
Cinco anos depois, ele retornou à Inglaterra e deu início ao descobrimento de novas teorias relacionadas à evolução das espécies, entre elas, o mecanismo de evolução intitulado de seleção natural. Ele ficou famoso após a publicação da obra A origem das espécies (1859), onde ele mostrou para o mundo o resultado da sua coleta de dados e análises.
O que é seleção natural?
Charles Darwin percorreu o mundo por cinco anos com outros naturalistas. Ele retornou ao seu país de origem com ilustrações e fósseis. A partir daí, ele deu início aos seus estudos para entender como as espécies podem evoluir ao longo do tempo. Na época, a religião possuía bastante influência no que se sabia sobre evolução das espécies.
Segundo o pesquisador, a luta constante pela sobrevivência fez com que as espécies evoluíssem por seleção natural. Ou seja, não sobreviveria o mais forte, mas aquele que melhor que se adaptasse ao ambiente em que estava. Desta forma, aqueles que sobreviviam por se adaptarem, produziam descendentes que herdavam estas características.
Como surgiu a seleção natural?
A teoria da seleção natural proposta por Darwin revolucionou o conhecimento, até mesmo, sobre a origem do ser humano. Com o passar dos anos, o naturalista chegou a conclusão de que se os seres humanos conseguiam realizar a seleção artificial, por meio do cruzamento de espécies, os animais poderiam também fazer o mesmo, só que naturalmente.
Ao analisar pássaros tentilhões em sua viagem pelas Ilhas Galápagos (Equador), por exemplo, Charles Darwin observou que eles tinham bicos diferentes em cada ilha. Assim, ele concluiu que esta espécie havia passado por uma evolução natural, mas que os bicos diferenciados se davam a partir da necessidade que estes animais passavam nos habitats - já que os ambientes eram diferentes.
Para que a seleção natural ocorra, é necessário ter espécies com características diferentes, reprodução diferenciada e hereditariedade. As características vantajosas são passadas conforme as espécies se reproduzem, até que resulte em uma nova espécie.
Outro exemplo comum para explicar a seleção natural é a presença de mamíferos brancos e marrons em uma região de neve. Por terem pelagem escura, os marrons seriam facilmente identificados por predadores, enquanto os brancos, poderiam se camuflar no ambiente. Com o passar do tempo, a presença de mamíferos brancos será maior e, com isso, esta característica de pelagem será repassada para outras gerações, até que seu número supere o de mamíferos marrons.
Tipos de seleção natural
A seleção natural se divide em três tipos, sendo estes, direcional, disruptiva e estabilizadora.
- Seleção direcional: apenas uma característica extrema é favorecida, a exemplo do mamífero branco e do mamífero marrom. Em um ambiente com neve, a tendência é que o branco sobreviva por conta de sua pelagem que permite a camuflagem, com isto, esta característica se reproduz nas espécies seguintes.
- Seleção disruptiva: neste caso, dois extremos são favorecidos e características intermediárias das espécies não são consideradas. No exemplo acima, dos tentilhões, os bicos foram preservados com o passar dos anos, o que muda é apenas o tamanho, que varia de acordo com o ambiente.
- Seleção estabilizadora: este tipo de seleção natural favorece características intermediárias, ou seja, os extremos ficam de fora. Um exemplo de seleção estabilizadora é o que acontece com o peso dos bebês humanos. O natural é que eles não sejam nem tão pesados, nem tão magros, mas que tenham peso médio para que sobrevivam ao nascer e para que não causem mortalidade na mãe.
A seleção natural existe?
Sim, a seleção natural existe. Apesar de que, ao longo dos anos, a teoria proposta por Charles Darwin foi refinada por outros estudiosos. Mas a base para entender o mecanismo da evolução ainda consta dos dados coletados e das investigações feitas pelo naturalista britânico.
Se pegarmos como exemplo a adaptação do ser humano à natureza e às condições climáticas, poderemos entender como a seleção natural integra o nosso dia a dia. O ser humano se adaptou ao clima quente ou frio, assim como mudou seu estilo de alimentação e vestimenta. Em comparação com nossos ancestrais, que possuíam o músculo do palmar longo, cerca de 1 bilhão de pessoas pelo mundo já não possuem mais tal característica - o que não prejudica suas vidas.