Sete em cada dez salas de aula de unidades municipais e estaduais no Brasil não são climatizadas, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pelo Censo Escolar de 2022.
Levantamento feito pelo jornal O Globo, mostra que das 7 maiores cidades brasileiras que já enfrentam temperaturas altas (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, Manaus, Belém e Goiânia), apenas 3 delas - as capitais do Rio de Janeiro, Pernambuco e Amazonas - possuem mais da metade das salas com sistema de climatização.
Conforme a definição do Inep, que é o responsável pelo Censo, salas de aula climatizadas são aquelas que estão equipadas com dispositivos (como ar-condicionado, aquecedor ou climatizador) em operação para manter uma temperatura confortável.
As duas maiores redes estaduais de ensino têm os índices mais baixos de climatização: em São Paulo, apenas 10% das salas estão climatizadas, enquanto em Minas Gerais, esse número é de apenas 8%.
Em contraste, a rede de ensino de Rondônia, apesar de ser uma das menores do País, apresenta um percentual significativo, com 85% das salas climatizadas.
No Rio de Janeiro, aproximadamente 43% das salas de aula estão climatizadas, e o governo fluminense afirma ter adquirido aparelhos de ar-condicionado para 983 escolas, estando em estudo a instalação em outras 250.
Em todo o País, 225 municípios possuem pelo menos 95% das salas de aula equipadas com ar-condicionado, enquanto 764 municípios não possuem ar-condicionado em nenhuma escola.
Diadema, localizada na Região Metropolitana de São Paulo, é a cidade com o maior número de salas de aula sem ar-condicionado, somando quase 1,5 mil salas entre as redes estadual e municipal. No município, o sistema de climatização é composto apenas por ventiladores.
"Equipamentos adequados às necessidades das unidades escolares quando se considera o clima regional", enfatizou a a Prefeitura de Diadema por meio de nota.
Já a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que "destinou R$ 70 milhões para a compra de aparelhos de ar-condicionado para as escolas, e que R$ 50 milhões já foram liberados para 210 unidades".
Já o governo do Tocantins afirmou que estuda a redução do tempo de aula em cada escola.