A Unicamp anunciou a demissão de um professor acusado de agredir e ameaçar alunos com uma faca durante uma paralisação estudantil em outubro de 2023.
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) anunciou a demissão de um professor do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC), acusado de agredir e ameaçar alunos com uma faca durante uma paralisação estudantil em outubro de 2023. A decisão da exoneração foi publicada pela universidade no Diário Oficial na segunda-feira, 1º. A portaria justifica o desligamento de Rafael de Freitas Leão por considerar a conduta uma falta disciplinar gravíssima. As informações são do jornal Folha de S.Paulo. O Terra buscou contato com a Unicamp, mas ainda não teve retorno.
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O professor foi afastado do cargo desde 4 de outubro, no dia seguinte à sua detenção pela Polícia Militar dentro do campus da Unicamp. A universidade esclareceu que a demissão está prevista no estatuto da instituição em situações em que o servidor "praticar atos definidos como infração pelas leis penais", "manter má conduta" e/ou "praticar atos de violência de qualquer tipo".
"A reitoria da Unicamp esclarece que a decisão foi tomada com base no relatório final da Comissão Processante Permanente que analisou o caso, referendado posteriormente pela Procuradoria Geral da Universidade. O processo transcorreu conforme determinam as regras internas da universidade, garantindo ao docente todas as possibilidades de exercer a sua ampla defesa", diz nota da reitoria.
Relembre o caso
No dia 3 de outubro do ano passado, Leão foi preso sob suspeita de ameaçar dois estudantes com uma faca e spray de pimenta. Os alunos entraram em sua sala de aula para informar sobre a decisão do DCE (Diretório Central dos Estudantes) de realizar uma paralisação naquele dia. Foi nesse momento que o professor pegou a faca e passou a ameaçá-los.
Um vídeo gravado por outros estudantes registrou o momento em que o professor corre pelo corredor com a faca em mãos em direção a um dos alunos. O jovem entra em confronto com o docente para desarmá-lo, e apenas depois disso é que dois seguranças da universidade aparecem para conter o professor. Leão foi preso por policiais militares após o caso e conduzido para uma delegacia.
Veja
O professor, por sua vez, alegou que, ao chegar à universidade, foi impedido de ministrar aula por um grupo de alunos. "O professor foi derrubado no chão e usou um spray de pimenta e uma faca para se defender", dizia o boletim de ocorrência.
O registro policial identificou o professor como vítima. O caso foi registrado como lesão corporal e incitação ao crime.
Na época, alunos de pelo menos 23 cursos da Unicamp haviam votado a favor da paralisação, em solidariedade aos protestos contra a privatização de órgãos estaduais e as condições das universidades paulistas.
Assim como na greve da USP, os estudantes da Unicamp reivindicavam a contratação de professores e funcionários, além de melhorias na infraestrutura da instituição, considerando que alguns cursos estavam operando em edifícios com estrutura inadequada.