A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) anunciou nesta terça-feira, 2, a demissão do professor Rafael de Freitas Leão, acusado de ter ameaçado estudantes com uma faca e spray de pimenta durante uma confusão com os universitários em outubro do ano passado. O docente alega que se sentiu ameaçado pelos alunos, que estariam, segundo ele, o impedindo de dar aula por conta de uma paralisação estudantil.
Os estudantes dizem que estavam comunicando os professores sobre a decisão da assembleia de paralisação, quando Leão teria avançado sobre eles com um canivete. Em imagens gravadas e divulgadas na época, é possível ver alunos contendo o docente, que segura o que parece ser um objeto cortante.
Ainda na versão dos alunos, os discentes teriam se aglomerado em frente à porta para impedir que Leão escapasse. Como reação, o servidor espirrou spray de pimenta contra os universitários, e foi contido por seguranças da Unicamp na sequência.
Tanto o professor quanto os alunos foram encaminhados ao 1º DP de Campinas. Em depoimento à polícia, Leão alegou na ocasião que um grupo de alunos entrou na sala e o impediu de ministrar uma aula e, para se defender, teria utilizado uma faca e um spray de pimenta. Ele afirmou também que já tinha sido ameaçado pelos estudantes em outras oportunidades.
O relatório feito pela Secretaria de Vivencia nos Campi, órgão responsável pela segurança do câmpus, confirmou que Leão estava portando uma faca e um spray de pimenta. Com base no documento, a reitoria decidiu instaurar um Processo Administrativo Disciplinar e afastar o professor.
A Polícia Civil investiga o caso por meio de um Termo Circunstanciado (TC) pelo 7° DP de Campinas. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o episódio foi registrado como lesão corporal e incitação ao crime, e encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim). "Os laudos periciais foram encaminhados para análise do Poder Judiciário", disse a pasta em nota nesta terça.
Em manifestação nas redes sociais, o Diretório Central dos Estudantes da Unicamp classificou o desligamento do servidor como "vitória da greve estudantil".