As universidades brasileiras caíram na edição deste ano do World University Rankings (CWUR). Ao todo, 29 instituições nacionais ocupam lugares mais baixo agora do que em atualizações anteriores da lista. O corte no orçamento de Ciência e Tecnologia tirou quase R$ 100 bilhões da pasta entre 2014 e 2022, impactando diretamente na aprovação de bolsas para pesquisas, segundo estudo do Observatório do Conhecimento em parceria com a Frente Parlamentar Mista da Educação
"Embora o Brasil esteja bem representado no ranking deste ano, as principais instituições do país estão sob pressão crescente de universidades bem financiadas de todo o mundo. O financiamento para promover ainda mais o desenvolvimento e a reputação do sistema de ensino superior do Brasil é vital se o país aspirar a ser mais competitivo no cenário global", declarou Nadim Mahassen, presidente do Center for World University Rankings.
Considerada a melhor do País e da América Latina, a Universidade de São Paulo (USP) caiu seis posições e ficou em 109º lugar da lista mundial. A queda veio após notas perdidas em qualidade do ensino, empregabilidade e qualidade do corpo docente. Já a Universidade de Campinas (Unicamp) está em 344º lugar, subindo duas posições, enquanto a Universidade Federal do Rio de Janeiro está na 376ª colocação, caindo 15 postos.
- 10 melhores da América Latina e do Caribe:
- USP (posição geral: 109ª)
- Universidade Nacional Autônoma do México (276ª)
- Unicamp (344ª)
- UFRJ (376ª)
- Universidade de Buenos Aires (382ª)
- Pontifícia Universidade Católica do Chile (390º)
- Unesp (424º)
- Universidade do Chile (438º)
- UFRGS (467º)
- UFMG (503º)
Apoio do governo
Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a Lei nº 14.577, que abre crédito suplementar no valor de R$ 4,18 bilhões ao orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) de 2023. A medida recuperou integralmente os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT, que passa a dispor de R$ 9,96 bilhões para investimentos.
"Esforços devem ser feitos para garantir que o Brasil atraia acadêmicos e estudantes de ponta, que o aumento do número de matrículas nas universidades seja acompanhado de aumentos na capacidade de ensino e que os gastos com educação superior como porcentagem do PIB nacional cresçam constantemente nos anos seguintes", analisou Mahassen.