Valor dos cursos de medicina cai após aumento na oferta de vagas

Há quatro anos, cada vaga era negociada por R$ 3 milhões; este ano, valor caiu para R$ 1,2 milhão

2 jul 2024 - 14h59
(atualizado às 15h32)
Regra federal prevê prioridade de vagas de Medicina para áreas com déficit de profissionais
Regra federal prevê prioridade de vagas de Medicina para áreas com déficit de profissionais
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão

Os cursos de medicina, que representam em torno de 40% da receita do mercado de ensino superior, vêm perdendo valor por conta do aumento na oferta de vagas dessa graduação

O valor de uma vaga de medicina, que chegava a ser negociada por R$ 3 milhões em 2020, passou a R$ 1,2 milhão, total desembolsado pela Cruzeiro do Sul no mês passado, conforme informou o Valor Econômico.

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Outro exemplo da redução é o Ebitda (sigla em inglês para Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Em 2022, a Afya adquiriu uma faculdade de medicina avaliada em 5,8 vezes. Neste ano, outra aquisição da empresa custou 4,2 vezes o Ebitda.

Ainda que não tenham obtido avanços, grupos como Ânima buscam investidores para seus braços de medicina. Em 2023, a Ânima contratou o J.P. Morgan, instituição líder mundial em serviços financeiros, em busca de recursos para a abertura de capital, venda de fatia ou fusão. 

Cursos de medicina e psicologia são, historicamente, os mais concorridos da Fuvest.
Foto: Daniel Teixeira/Estadão / Estadão

A desvalorização acontece porque há faculdades que só conseguem formar turmas recorrendo a três ou quatro listas de chamada. Algumas instituições de ensino em regiões longe dos grandes centros urbanos, muitas vezes, não preenchem todas as vagas que ofertam. 

Segundo o Valor, essa realidade era impensável há alguns anos. A reportagem mostra que, entre 2014 e 2022, a relação candidato vaga nos cursos privados de medicina caiu de 31,9 para 8,9. A informação é da Associação Médica Brasileira (AMB).

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Ainda segundo a reportagem, o Mais Médicos, programa que visa suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades do Brasil, pode acrescentar quase 10 mil vagas, sendo 7,7 mil da rede particular e 2 mil das instituições federais, nos próximos dez anos.

A demanda pela medicina começou após 2015, com a redução drástica do Fies, programa de financiamento estudantil que sustentava o crescimento do setor. Desde 2019, houve um incremento de alunos nessa graduação com a ampliação de vagas do programa Mais Médicos II e judicialização. Hoje, há cerca de 2 mil vagas de medicina abertas por meio de liminar. Atualmente, o Ministério da Educação (MEC) analisa 193 processos até 11,5 mil vagas judicializadas e estima que cerca de 3,1 mil sejam aprovadas. 

Fonte: Redação Terra
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