Olhar para o quadro negro pode ser uma tarefa banal no dia a dia de um estudante. Mas ajuda a melhorar a memória visual do aluno. O exercício sensibiliza as pupilas (aquelas bolinhas no meio dos olhos) e a informação vai para a área septal, no cérebro. Quanto mais se olhar para a palavra no quadro, mais gravada a informação fica no cérebro. Funciona assim com o vocabulário também. Todo esse caminho percorrido diversas vezes no ano letivo preserva o cérebro como um todo e pode, até mesmo, evitar doenças graves como Alzheimer.
Por isso, apesar das férias serem uma época do descanso, o estudante pode incluir em seu lazer atividades que exercitem memória, foco e atenção. Assim, quando voltar às aulas, não irá levar tanto tempo para retomar o ritmo.
É comum ouvirmos conselhos de gente recomendando quebra-cabeças, palavras cruzadas, xadrez, entre outras atividades. Mas você sabe o que realmente funciona para a memória e o foco? Com a ajuda do diretor do Centro de Memória da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Iván Izquierdo, e com a neuropsicóloga Maria Inez Ocaña De Luca, listamos mitos e verdades sobre tais exercícios.
Quebra-cabeças
Segundo Izquierdo, apesar de ser muito citado como forma de melhorar o raciocínio e memória, em uma escala de 0% a 100%, por exemplo, o jogo ajudaria apenas 2%, pois só exercita a parte visual. Como opção para quem gosta do jogo, Maria Inez recomenda modelos com palavras porque aumentam o vocabulário e melhoram tanto a memória semântica quanto a visual.
Xadrez
Tanto xadrez quanto damas são ótimos jogos para melhorar o raciocínio e a memória pois exigem muito deles para a realização das jogadas.
Leitura
Não há nenhum exercício que seja tão eficaz como a leitura, pois há a melhoria das memórias verbal e visual, já que faz espécies de arquivos no cérebro para futuras reproduções.
Palavras cruzadas
Da mesma forma que o xadrez e damas, embora seja útil na melhoria das funções de memória e atenção, não é um exercício tão importante e eficaz como a leitura.
Exercício físico
Qualquer movimento ajuda a melhorar o fluxo sanguíneo no cerebelo, responsável pelos mecanismos de aprendizagem. Segundo pesquisa da neurocientista do Laboratório de Neurociências do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, Henriette van Praag, eles também aumentam a quantidade de neurônios no hipocampo, responsável pela memória, além do cerebelo.
Mudar a rotina
Pequenos gestos diferentes no seu dia a dia ajudam bastante a melhorar o foco e memória. Mas Izquierdo adverte que as atitudes devem ser leves e sem muita extravagância. Por exemplo, experimentar um novo caminho até em casa.
Observação
Um ótimo exercício que pode ajudar muito é estudar semelhanças e diferenças de objetos parecidos. Após um tempo, se deve tentar desenhá-los apenas rememorando o que foi visto anteriormente.
Idiomas
Tanto aprender um novo idioma quanto recordar o vocabulário de uma língua já aprendida é um ótimo exercício para melhorar memória e atenção.
Relembrar
Relembrar mentalmente antes de dormir tudo o que foi realizado durante o dia é muito útil pois faz a pessoa forçar a memória e, com isso, a torna mais capaz de, no futuro, recordar pequenas ou grandes atitudes.
Novidades
Buscar o novo ajuda muito, pois cria-se novas imagens no cérebro. Izquierdo sugere a leitura de jornais ou, até mesmo, assistir à televisão.
Diálogo
Trocar ideias e conversar com outras pessoas é um ótimo exercício devido ao entendimento de novos sons e a exigência da elaboração de uma resposta que irá lidar com parte do cérebro para que ocorra.