Aécio fala em "vale-tudo" e falta de ética em debate

Candidato tucano disse que eleições de 2014 são as piores no ponto de vista ético

17 out 2014 - 12h47
(atualizado às 13h40)
Aécio Neves falou aos jornalistas nesta sexta
Aécio Neves falou aos jornalistas nesta sexta
Foto: André Lucas Almeida / Futura Press

O candidato do PSDB à presidência da República Aécio Neves criticou o “nível” do debate do SBT com a adversária petista Dilma Rousseff, que aconteceu na noite da última quinta-feira em São Paulo. O tucano reclamou do “desespero” da candidata e disse que na política não se pode optar pelo “vale-tudo” e que a disputa pelo cargo não é uma “guerra”. Para ele, as eleições presidenciais de 2014 são as piores “do ponto de vista ético”.

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O debate de ontem um intenso fogo cruzado de denúncias e poucas propostas foram os principais focos. Familiares dos candidatos entraram na pauta das acusações e até um episódio do tucano parado em uma blitz da Lei Seca foi levado a público. A exploração eleitoral do caso em que Aécio Neves se recusou a fazer o bafômetro, em 2011, foi oficialmente iniciada na quarta-feira, quando o ex-presidente Lula acusou o tucano de falta de caráter.

Por outro lado, acusado pela petista de empregar parentes no governo de Minas Gerais, Aécio lembrou que sua irmã, Andrea Neves, prestou um serviço voluntário em sua gestão e partiu para o contra-ataque: acusou o irmão de Dilma, Igor Rousseff, de ter sido funcionário do então prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, para não trabalhar.

“Lamento profundamente o tom do debate. Os senhores são testemunhas. Todas as vezes que pude propus o debate em torno de temas, segurança pública, educação, mas a estratégia dela e de seu marqueteiro não foi essa”, afirmou Aécio, nesta sexta-feira, em evento ao lado de Marina Silva na capital paulista. “Eu pretendo continuar apresentando propostas, mas esteja certo que reagirei a todas as ofensas, calúnias e mentiras que transformaram essa eleição talvez na pior do ponto de vista ético dos últimos tempos. Não da nossa parte, mas na de outros adversários”, completou.

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Aécio beija a mão de Marina Silva em São Paulo
Foto: André Lucas Almeida / Futura Press

O candidato tucano afirmou que os ataques também foram feito a Eduardo Campos (PSB), a Marina Silva e agora a ela. “A verdade é que o desespero dos nossos adversários está levando com que percam a noção e a sensatez de que uma disputa política não é uma guerra. Não pode ser esse vale-tudo, continuar nesse caminho de destruir reputação pra ganhar eleições. Isso pra quê? Tentaram fazer isso com o Eduardo, com a Marina e agora comigo, mas comigo não. Vou enfrentar e responder sempre no mesmo nível.

Marina Silva na campanha

Apesar de faltar pouco mais de uma semana para o segundo turno das eleições, Aécio ainda espera que Marina o ajude a conquistar votos suficientes para derrotar a petista Dilma Rousseff. Questionado como seria a participação da ex-senadora nessa reta final, o tucano disse que já se sente honrado por Marina apoiá-lo e desconversou sobre o tema.

“Mais do que esse ato público de campanha? Não conversamos ainda sobre isso. A forma como ela vem participando é a mais adequada possível, em torno de um projeto. Ela que deixou isso muito claro. Estou extremamente agradecido à generosidade da Marina. Ela não fez nenhuma exigência. Só propôs o aprofundamento de algumas questões que já tratávamos no programa de governo. Estamos aqui dando ênfase que precisam ter. É algo novo, anunciando a construção de um projeto do Brasil. Cabe a ela definir de que forma participará. A forma como ela participou até agora já é um apoio extraordinári”, disse.

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Em relação a nomear Marina para algum cargo caso seja eleito presidente, Aécio também não disse nada a respeito. “Seria um desrespeito falar de governo e espaço de governo. Ela já dá uma contribuição expressiva ao que o Brasil espera, uma mudança qualificada”, disse.

Fonte: Terra
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