Uma grande passeata “cívica” ao som de funk, mas com direito a Hino Nacional, cachorrinhos de colo, adesivos anti-Dilma e a presença de celebridades marcou neste domingo, no Rio de Janeiro, a semana final da campanha de segundo turno do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. Uma multidão acompanhou o tucano pela orla de Copacabana, zona sul da cidade – mesma região onde o senador mineiro tem residência, no bairro de Ipanema – cantando que “o gigante acordou”. O mote levou milhares de pessoas às ruas das grandes cidades em junho e julho de 2013.
Entre os artistas que marcaram presença estavam os atores Ney Latorraca, Maitê Proença, Rosamaria Murtinho e Lady Francisco. O ex-lutador de MMA Minotauro e o ex-jogador da seleção Ronaldo Nazário também acompanharam o ato, assim como a cantora Fafá de Belém.
Antes da passeata, em entrevista coletiva em um clube de Copacabana, Aécio afirmou que, caso se eleja, deve propor “ajustes” a programas sociais como o Bolsa Família. Ele se disse alvo de supostas estratégias da campanha adversária tentando aliá-lo ao fim dessas iniciativas de transferência de renda.
“Há pessoas pagas pelos nossos adversários andando de porta em porta nas regiões mais pobres do Brasil, como lá no Vale do Jequitinhonha, dizendo que se ganharmos acabaremos com os programas sociais. Isso é falta de generosidade”, afirmou.
Indagado sobre que ajustes pretende implementar nesses programas -- como tem afirmado, ao longo da campanha --, o tucano declarou que pretende revisar os critérios de concessão do benefício a partir da definição de níveis de carência.
“Administrar é aprimorar propostas que deram certo; não tem que negar avanços de outros governos. O PT tem essa ideia atrasada, anacrônica de achar que o mundo começou com eles, bem como os programas sociais”, disse, para completar: “Aqueles programas que vêm dando certo não apenas serão continuados, como serão aprimorados. O Bolsa Família é o mais emblemático: não quero que ele seja uma permanente administração da pobreza”, definiu.
Segundo o candidato, a intenção é “abrir esse cadastro, essa caixa preta (do Bolsa Família) e impedir que cada família fique um ano ou mais na mesma faixa”. “Faremos um grande mutirão para que essas famílias tenham condição de superar a pobreza e não apenas vê-la administrada”, concluiu.
Entre os artistas presentes já desde a entrevista coletiva, Ney Latorraca justificou o apoio à candidatura tucana pelo desejo de “mudança”. “Quero mudar o País, está na hora. O governo tem que ser mais claro em relação a educação e saúde”, citou.
Para a atriz Lady Francisco, o apoio ao senador mineiro não é exatamente recente. “Conheço o Aécio desde guri. Ele é o homem certo, é de uma família tradicional cristã –e é um homem lindo, maravilhoso.”
Atriz, sobre Aécio: "ele é lindo"
Eleita “musa” da campanha pelas Diretas-Já, na década de 1980 – na qual um dos ícones, ao lado de Ulysses Guimarães, havia sido Tancredo Neves, avô de Aécio --, Fafá de Belém citou o candidato como “fiel escudeiro do avô” e se disse emocionada: “Vejo o Aécio cumprir a história que o Tancredo não pôde cumprir, abreviado pela morte”, destacou.
No ato pela orla de Copacabana, além das faixas de apoio ao tucano, dos adesivos colados em animais de estimação e em crianças e das muitas bandeiras do Brasil – houve quem fosse com a camisa da Seleção Brasileira de futebol, eliminada da Copa este ano com um 7 a 1 pela Alemanha --, faixas de “Fora Dilma” ou com desenhos da presidente e a mensagem “Procurada” também eram presentes. O mesmo comportamento anti-petista ocorreu nos últimos dias, em atos de campanha de Aécio por Salvador e Porto Alegre.